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Paulo Moisés Alexandrino

1956 - 2020

Era parceiro de truco e de pesca de sua filha. Ao lado dele, ela perdia o medo.

Paulo criava famílias por onde passava: no trabalho, na faculdade... e não era de se espantar que, dentro de sua própria família, fosse mais que um pai. Era amigo e companheiro, e encantava todos com seu jeitinho excêntrico e espontâneo.

Era o maior parceiro de truco e de pesca da filha. Desde que ela era pequena, ensinou-a a respeitar e amar todos os animais de forma igual. Juntos observavam as lagartas que, um dia, transformar-se-iam em borboletas, e era ela quem tirava as rãs que apareciam no banheiro. Ao lado do pai, ela não tinha medo de nada: ele mostrava que ela podia, além de confiar nele, confiar em si mesma.

Paulo acreditava que devemos dar valor à vida e ao que realmente importa. Que devemos tratar quem amamos com respeito... e essa foi a sua maior lição.

Partiu inesperadamente e deixou para trás muitas saudades de um homem único e cheio de amor, cujas memórias estarão sempre nos corações das pessoas a quem ele quis tão bem em vida.

Paulo nasceu em Reginópolis (SP) e faleceu em Bauru (SP), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Paulo, Paula Raduan. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Victoria Vital, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 31 de dezembro de 2020.