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Paulo Sérgio Bernardino

1979 - 2020

Sua marca primeira era fazer tudo com calma. Depois vinha o sorriso fácil.

Paulo possuía uma natureza tranquila. Apaixonado pela filha Beatriz, foi um pai amoroso, além de irmão e filho dedicado.

No trabalho, aplicava-se com vigor, mesmo convivendo com uma doença no pulmão. Ele atuava como técnico em radiologia, mas já havia cultivado o sonho de ser jogador de futebol.

Intimamente, ganhou da irmã Marta o apelido de Pepê e, além do gênero predileto de música consistir no sertanejo, gostava de pássaros e inclusive criava alguns, tudo dentro da lei.

O pudim da sua mãe ganhava em disparada no quesito preferência culinária, enquanto no dia a dia, uma comidinha simples lhe bastava.

"Como era bom de boca!", recorda-se Ana Paula, a irmã do meio, destacando a seguinte lembrança dos dois na infância: "Gostávamos muito de ver desenhos juntos, adorávamos a Caverna do Dragão", diz ela, a quem o irmão chamava de Nega. E acrescenta: "Nós nunca brigamos, nem quando éramos crianças”.

A irmã conta que no final de uma conversa, Pepê não tinha vergonha de dizer “te amo", e sente como se ele tivesse esperado sua chegada para partir, pois ela morava em Goiânia e ele em Curitiba.

Para Nega, o irmão estava vivendo seu melhor momento e nunca imaginaria a falta que faz na vida da família.

"Te amamos e jamais esqueceremos as lições que nos ensinou", finaliza ela.

Paulo nasceu em Ibaiti (PR) e faleceu em Curitiba (PR), aos 41 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Paulo, Ana Paula Bernardino dos Santos. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira e Hélida Matta, editado por Mariana Quartucci, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de dezembro de 2020.