1968 - 2020
O melhor amigo do cãozinho Fred, o maior fã do ossobuco do Waguinho e o grande amor da vida de Ana Paula e Vinícius.
Segundo de sete irmãos, mudou-se com os pais quando ainda era criança para a cidade de Cubatão, onde o casal pretendia recomeçar a vida. Foi na cidade paulista que Juninho cresceu, estudou, trabalhou e acima de tudo, amou.
Dono da gargalhada mais gostosa de Cubatão, tinha um bom humor sem igual. Estava sempre sorrindo e fazendo as pessoas a sua volta sorrirem também. Nunca ficava triste. De vez em quando se irritava, e podia até escorregar no mau humor; mas, triste ele nunca ficava. Acreditava que a tristeza consome a alma, e Juninho preferia ser consumido pela alegria.
Dividiu a caminhada durante mais de 30 anos com a companheira dessa vida e o amor de todas as outras que existirem, Ana Paula. Ao lado da esposa, construiu um legado de honestidade e carinho. Juntos os dois souberam passar pelas situações difíceis, e eternizar os momentos felizes em memórias, que eram sempre relembradas com alegria. Tiveram um filho, Vinícius, que aprendeu com os pais os valores da honestidade e do trabalho, mas também do amor e do afeto.
Atuava na área industrial de Cubatão e no Porto de Santos como operador de empilhadeira de containers. Conquistou muitos amigos no trabalho, por conta de seu humor cativante. Era admirado como profissional e ser humano pelos colegas de trabalho e por todos que o conheciam.
Brincalhão, era ele quem fazia a bagunça do Natal. Amava se reunir com a família, e ajudava sempre que necessário. Exerceu variadas ocupações - de socorrista a motorista -, e encarava ainda qualquer missão que lhe fosse dada; algumas eram especiais, e ele nunca as deixou de cumprir. Foi um tio amoroso, um pai, irmão, amigo e esposo presente e leal.
Era apaixonado pelo Palmeiras. Divertido, gostava de brincar e de brigar pelo primeiro pedaço de bolo. Adorava o ossobuco do irmão Waguinho, e fazia questão de dizer para todos o quanto esse prato era especial. Quando o filho Vinicius adotou o cachorrinho Fred, era como se ele próprio tivesse tido outro filho. Dividiu com o animalzinho ótimos momentos; Fred era seu parceiro de sonecas, passeios e lanchinhos. Dizem por aí que os bons se reconhecem de longe. Deve ser verdade.
Juninho era pequeno apenas no apelido, era gigante na amizade e no amor. Sem sua gargalhada gostosa o mundo parece um pouco mais silencioso. Fred sente falta dos passeios e dos cochilos com o amigo, e o Palmeiras perdeu um torcedor e tanto.
Familiares e amigos sabem que a dor é como uma grande tempestade: intensa, mas passageira. Do outro lado do caminho, o homem de coração imenso segue olhando e intercedendo pelos que ama. Quando for a hora certa o reencontro acontecerá, e se depender de Juninho, será uma festa cheia de risadas gostosas e será servido um belo ossobuco bem saboroso.
Péricles nasceu Recife (PE) e faleceu Cubatão (SP), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela cunhada de Péricles, Priscilla Candido. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 30 de março de 2021.