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João Evangelista Maia

1935 - 2020

Ajudava até quem ele não conhecia, tirava a roupa do próprio corpo e doava até o seu salário, se necessário.

Aposentado, ele trabalhou como policial civil por muitos anos, tendo sido homenageado por seu excelente desempenho profissional.

Nas horas vagas, amava ouvir discos em suas radiolas e tinha especial paixão por seu carro: uma famosa Caravan vermelha, ano 1972. Dirigia a Caravan para todo o canto, principalmente para a igreja Batista Nova Canaã, no bairro de Messejana, em Fortaleza.

Religioso e muito devoto, tinha muita consideração e amizade pelo pastor. Ia a todos os cultos e exercia a caridade sempre. Ele costumava dizer que o nome Evangelista exprimia a sua missão na terra: falar de Deus para todos os que conhecia.

Casou-se uma única vez, com Alda de Oliveira Maia, com quem conviveu por cerca de 60 anos. Celebraram juntos as bodas de ouro, e, juntos, formaram uma família com 14 filhos, 24 netos e 9 bisnetos.

À sua amada companheira, Alda, costumava dedicar a música “Índia", gravada por Roberto Carlos, que diz: "Seus cabelos nos ombros caídos, negros como a noite que não tem luar. Seus lábios de rosa para mim sorrindo, e a doce meiguice desse seu olhar....”.

Viúvo desde 2017, passou a assumir mais responsabilidades frente à família, apresentando-se valente e disposto aos desafios que vieram. Ele era o grande pilar e mantenedor de todos. Gostava de dizer que não era mais somente um “pai de família”, mas sim um “chefe de família”.

Durante a quarentena, pôde conviver de forma mais próxima com seu querido bisneto João Gustavo que, com apenas 1 ano e meio de vida, alegrava o bisavô de forma excepcional e única!

Evangelista tinha nove irmãos, aos quais expressava enorme afeto e carinho. Amava seus amigos e toda sua família - irmãos, filhos, netos e bisnetos. Adorava fazer festas e reunir a todos como muita alegria! Era muito satisfeito e grato, e vivia agradecendo a Deus por todos.

Ao assistir ao Fantástico e ouvir sobre as vítimas da pandemia, se emocionava muito e orava à Deus por todas as famílias que perdiam seus entes queridos.

“Hoje somos nós da família Maia quem perdemos nosso grande patriarca, que está nos céus com nosso Deus”, diz a neta, Lígia Nara.

João nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 85 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de João, Lígia Nara Maia Moura. Este tributo foi apurado por Viviane França, editado por Manuela Bravo, revisado por Luiza Carvalho e moderado por Rayane Urani em 26 de junho de 2020.