1942 - 2020
Adorava o mato, os rios e as pescarias. Todas as manhãs, alimentava os pássaros que vinham à sua casa.
Porfirio cresceu no campo e seu maior sonho era voltar a viver bem longe da cidade, de preferência ao lado de um rio. Seu filho Claudenir conta que o pai amava a natureza: “A maior felicidade dele era estar com os amigos, pescando no meio do mato”. Tanto que não perdia um encontro do grupo na chácara do seu amigão, o Pedrão. “Estava sempre por lá, fazendo algo: consertando, capinando, plantando ou ajudando em qualquer outra coisa”, afirma o filho.
Claudenir diz que o pai era muito ativo também na rotina urbana: "Nunca deixou de fazer suas caminhadas diárias e, frequentemente, ajudava os vizinhos. Ficar parado não era com ele. Se alguém precisasse de algo, era só chamar o seu Porfirio".
Construiu, junto à esposa, uma vida bem-sucedida: "Trabalhando muito, ele conseguiu nos criar com dignidade”, relata Claudenir, contando que, embora aposentado, o pai continuava com atividades profissionais: “O homem simples da roça, que venceu na cidade, onde criou os filhos com muito esforço, estava sempre fazendo um serviço aqui e outro acolá”.
Para dar conta de tantos afazeres, Porfirio não abria mão de sua "jaca", o carro em que carregava de tudo. “Quando íamos ao interior, para a região da sua cidade natal, em Rio Preto, sempre voltávamos com a "jaca” lotada de laranjas, mangas e outras frutas”, recorda Claudenir, com muita saudade dos momentos vividos junto ao seu pai querido.
Porfirio nasceu em Nova Aliança (SP) e faleceu em Americana (SP), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Porfirio, Claudenir Donizeti Paina. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Renata Meffe, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 12 de outubro de 2020.