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Priscila Sayuri Sakai Gusukuma Turuda

1983 - 2020

Uma pessoa extraordinária, capaz de se reinventar muitas vezes sem nunca perder a plenitude.

Texto escrito por Nathalia Mayumi Gusukuma Uehara, irmã de Priscila.

"Sim, há um Propósito Maior.

Saudável, ativa, jovem, Priscila cativava todos com seu sorriso sincero, carisma e plenitude... 36 anos de luz e de amor!

Cumpriu, de maneira expressiva e singular, sua missão neste Plano. Seu entusiasmo, amorosidade, criatividade, empatia, simplicidade, generosidade, doçura e alegria de viver nos inspiravam, diariamente! As histórias, as risadas, as brincadeiras, a descontração, a leveza, a pureza! A criança livre que nela se revelava, por vezes nos convidava a liberar, soltar, extravasar, simplificar e, também, a rir de nós mesmos!

Nossa família foi presenteada com uma alma radiante, que nasceu, floresceu e, especialmente nos últimos anos, transbordou amor – em todos os sentidos! Um grandioso coração, de profundo cuidado e respeito com todos, da disponibilidade em colaborar, apoiar, ajudar, contribuir em absolutamente tudo... entregando – muitas vezes – além do que lhe era possível, da sensibilidade em reconhecer a necessidade do outro e a iniciativa em estender a sua mão e oferecer um abraço apertado, longo, demorado – ora na alegria, ora na tristeza, e sempre, de coração para coração.

Dedicada, perfeccionista, olhar minucioso, atenta a cada detalhe, foi uma profissional exemplar, arquiteta de primeiríssima categoria. Desenvolveu projetos residenciais e corporativos, para clientes e grandes empresas, com excelência, cuidado e comprometimento genuíno.

Foi esposa, mãe, filha, irmã, tia, cunhada, parceira, amiga! Tinha muito amor pela vida e pela família. Por ser quem realmente era: essência verdadeira. Corajosa, ousada, autêntica! Guerreira, persistente, determinada! Alegre, amorosa, alma plena! Tia coruja, extremamente carinhosa, aberta, presente, paciente, atenciosa e, especialmente, encantadora de bebês e crianças, sem restrições de idade! Assim era ela. Por onde caminhava, levava sua luz! Mãe da querida Paula: nosso verdadeiro tesouro, que hoje acalenta nosso coração, na ausência - apenas 'física' - de Priscila.

Das criações nas aulas de patchwork, presença nas aulas de canto e karaokê, até a paixão pela gastronomia, ela se aventurava, se reinventava... e ali também se reencontrava! Paz, equilíbro, terapia! Eram alimentos para sua alma!

Nós reverenciamos sua existência. Juntos, caminhamos. Juntos, curamos nossas feridas, e assim, também curamos muitas de nossas relações. Entre diferentes encontros, divertidos passeios, longas viagens, cursos diversos, retiros pertinho da natureza, nos reencontramos... a cada conquista, celebramos, juntos – em família! Amiga para todas as horas, escuta ativa e acolhedora, ombro e corpo amigo... Ela era tudo, e mais um tanto!

Apesar de toda dor, angústia e sofrimento, o que sentimos que ela nos diz? Ela nos diz que retornou para Casa, retornou para a Luz, e, mais próxima da Consciência Divina, seguirá existindo e trabalhando em outras dimensões, vivendo também, eternamente em nossos corações, através de laços eternos – de amor.

No fundo, sentimos que não existe separação; que não há distância, quando existe amor. E que a morte não é o fim, é apenas o começo. Para ela e também para todos nós.

Entre profundas dores e diferentes sabores, vivemos este período de luto. Acolhendo, reconhecendo e integrando, na medida do possível, muitos de nossos sentimentos, acompanhados de doces lembranças.

Um grande legado é deixado por ela, para todos nós. Reflexões, aprendizados e a certeza de que... nossa amada Pri vive e viverá para sempre em nossos corações.

Ao grande mistério da vida, gratidão. Que as lágrimas que aqui escorrem possam se transformar em bênçãos de aceitação e compreensão e elevar nossa consciência a respeito da reflexão... a que viemos? Pri, te amamos para sempre.

Com amor, respeito, reverência e profunda gratidão!"

Priscila nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 36 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Priscila, Nathalia Mayumi Gusukuma Uehara. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bettina Turner, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 1 de outubro de 2020.