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Rafael Ozuna Gomez

1942 - 2020

Jamais desistiu de suas batalhas!

Um paraguaio que escolheu o Brasil como seu novo lar. "Aqui construiu uma família com quatro filhos, 12 netos, cinco bisnetos e seu amor: Gê, a minha mãe", conta orgulhosa a filha Rafaela Aline.

Apaixonado pela sua profissão, mecânico diesel, ele se realizava lidando com os caminhões. Com este ofício nobre, suas ferramentas e cheirando a graxa, sustentou a família.

No Paraguai era desenhista, mas seguindo os conselhos da mãe, desistiu, pois aquela profissão não lhe garantiria um bom futuro, conforme ela dizia.

Gostava muito de vinho, de um bom churrasco e, é claro, do Corinthians, o time do coração aqui no Brasil. No país de origem, torcia pelo Cerro Porteño.

E quando jogavam Brasil e Paraguai? Ele bem que tentava manter-se neutro, mas o amor pela pátria-mãe acabava falando mais alto. Torcia, discretamente, mas torcia pelo Paraguai!

Todos os filhos, netos, bisnetos e sobrinhos eram chamados, carinhosamente, de "pequenos" por Rafael. "Era como ele nos chamava", diz a filha.

Os amigos de profissão apelidaram-no de Pancho, por conta de seu portunhol, uma de suas características mais marcante.

"Meu pai... um homem que tinha muito orgulho de suas raízes. Forte em espírito, extremamente ético e que amava nossa família. Seu legado para mim: nunca desistir. Gratidão, papai, pelo seu amor! Que orgulho em ser sua filha! Te amarei eternamente", finaliza Rafaela.

Rafael nasceu em Assunção (Paraguai) e faleceu em São Paulo (SP), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Rafael, Rafaela Aline dos Santos Ozuna. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Marilza Ribeiro, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 7 de outubro de 2020.