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Raimunda Pereira Faustino

1941 - 2020

Amava tanto comer cuscuz no café da manhã, que acabou por ensinar a família a gostar também.

Raimunda foi uma nordestina de fé, de riso fácil, que gostava de assistir novelas, de costurar roupas e de cuidar dos filhos, para os quais era mais do que uma mãezona super protetora, era uma guardiã. Para ela não existia tempo ruim, só palavras de fé e esperança e, quando queria incentivar alguém a ser como ela, usava a frase: "É pra frente que as malas batem!"

Com sua força e determinação, viveu como uma guerreira para criar praticamente sozinha os seus dez filhos, sem nunca reclamar nem dizer que estava cansada.

Sua vida não foi só de luta. Ela viveu situações engraçadas, como a história que conta a filha Maria Elania e que sempre fazia todos rirem quando era relatada: “Uma vez, lavando roupa lá no Rio Peba, ela estava se banhando só de calcinha. Aí apareceram os vaqueiros tocando gado e ela mergulhou de bruços para se esconder, mas era raso e o bumbum ficou de fora”.

Amava reunir-se com sua família e também orar por ela, além de ir à Igreja ouvir hinos da Harpa Cristã. Sempre dizia que estava preparada para ir para a Casa do Senhor, porque seus filhos todos estavam criados, encaminhados na vida e viviam como pessoas do bem.

Raimunda partiu tranquila para a glória porque cumpriu sua missão com maestria.

Raimunda nasceu em Pedra Branca (CE) e faleceu em Araguaína (TO), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Raimunda, Maria Elania Faustino de oliveira. Este tributo foi apurado por Ticiana Werneck, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 12 de janeiro de 2022.