1962 - 2021
Amiga e amorosa, a ligação de Ray era esperada com carinho: "Oi povo de Marte, tem café nessa casa?"
Ray, como era conhecida, foi uma pessoa querida e amada por todos ao seu redor.
A filha Saara exalta a pessoa maravilhosa que ela e os irmãos receberam como presente de Deus. "Você foi incrível como mãe e avó. Ótima sogra, seu genro adorava brincar, te chamando pelo nome, só pra ver você brava. Suas noras viam em você uma amiga."
Alegre e iluminada como só ela, não existia tempo ruim para Ray. Ainda que não estivesse bem, sempre se mostrava forte, como boa guerreira que era.
Amiga, humana, amorosa e tantas outras qualidades a descreviam perfeitamente. Sua forma espontânea de doação e companheirismo simplesmente encantava a todos.
Sempre pensando no bem, com sua forma zelosa e protetora, Ray cuidava habitualmente de tudo e de todos.
Saara conta que a mãe era sua confidente e amiga de todas as horas. Viveram juntas momentos importantes, fossem alegres ou de dor, como os últimos. Passaram juntas por aventuras, passeando pelo Brasil e relembra com saudosa doçura do jeito divertido da mãe: "ao tocar o telefone, eu já ouvia a frase clássica: 'oi povo de Marte, tudo bem por ai?'. Ou então: 'vamos tomar um café? Tem café nessa casa? Já já tô pousando aí na sua casa."
A filha finaliza despedindo-se: "sabe mãe, espero todos os dias pelo nosso café, pelas noites de churrasco, pelas conversas, pelo seu cuidado e o colinho de vó, que tanta falta faz à sua neta. Chorei várias noites, indagando a Deus porque você. Ele silenciou, mas me deu forças e sou grata por Ele ter nos sustentado.
Restam as lembranças, a imensa saudade e um vazio. Preenchidos com o tempo pelo nosso amor eterno por você!"
Raimunda nasceu em Zé Doca (MA) e faleceu em Manaus (AM), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Raimunda, Saara Adla Pereira Nery. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Denise Pereira, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 23 de maio de 2022.