1939 - 2020
Orgulhoso da profissão, foi exemplo pelas atitudes pautadas pela ética e moral dentro e fora de seu comércio.
Raimundo da Cândida: assim nosso homenageado era conhecido na cidade de Sobral. Ele fazia jus à alcunha, que enfatizava suas características de marido exemplar e companheiro apaixonado pela esposa Cândida. Com os nove filhos, netos e sobrinhos não era diferente: sempre foi presente e cuidadoso.
Era um homem simples, calado e muito tímido, porém sorridente e alegre com seus clientes, que eram verdadeiros amigos e com os quais viveu histórias engraçadas, brincou e proseou muito em seu comércio. Aliás, adorava o trabalho de comerciante. Trabalhava em excesso, mas sempre que podia dava uma escapada para o Juncão – para ver o seu Guarany de Sobral jogar, ou ia em excursão para Jericoacoara – gostava de uma praia.
Os amigos da vizinhança e da igreja sempre faziam excursões para a Praia de Jericoacoara. No final de cada passeio, era praxe que ele fosse o último a entrar no ônibus e sempre se ouvia a turma toda gritando, todos juntos: "Raimundo da Cândida, onde você está? Vamos embora!"
Tinha o grande sonho de "ganhar na Mega-Sena" e jogou a vida toda. Todas as quartas-feiras e sábados, fazia os cartões com as apostas.
Sonhava com a formatura de todos os filhos e conseguiu ver quatro deles com graduação em nível superior.
"Com seu jeito silencioso e amoroso, ensinou mais que palavras. Seu exemplo e atitudes edificaram seus filhos, netos, bisnetos, amigos e todos que tiveram o prazer de conviver com sua presença", conclui Paulo César.
Raimundo nasceu em Massapê (CE) e faleceu em Sobral (CE), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Raimundo, Paulo César Pereira de Sousa. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 12 de novembro de 2020.