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Raimundo Juliano Souto dos Santos

1932 - 2020

Como ele mesmo diria, foram 88 anos negociando e fazendo amigos.

Raimundo Juliano contemplava a própria filosofia do bem-existir. Irmão de nove e pai de três, manteve a alegria mesmo em momentos de adversidade e viveu uma vida longa de prosperidade, amizade e conquistas.

O sonho de ser empresário se manifestou desde pequeno. Apesar de fazer parte uma família com boas condições financeiras, aos 8 anos começou a engraxar sapatos com o intuito de ganhar dinheiro para ir ao cinema e poder arcar com as diversões de sua pouca idade. Depois, passou a vender jornais e revistas na cidade. Aos 11 anos, era balconista e, com seu bom desempenho, foi logo convidado por outra empresa para agregar mais vendas.

Por alguns anos, foi caixeiro viajante à moda antiga, desbravando as estradas nordestinas sobre “lombo de burro”, até comprar seu primeiro empreendimento e, aos vinte e poucos, foi como dono de bar que deu início ao sucesso empresarial.

Para Raimundo, no entanto, não se podia confiar em um negócio só. Pouco a pouco, atuou nas áreas de comunicação, comércio varejista, atacadista e distribuidor, comércio de veículos, combustíveis, hotelaria, construção civil e agronegócio, empregando milhares de pessoas no estado de Sergipe.

Segundo seu filho, Juliano Souto, gente como ele nunca deixa ninguém: “Retorna como uma partícula de amor para sua fonte universal e eterna”. Aos queridos, deixou o desafio de dar continuidade ao seu legado de empreendedorismo e perseverança, mas, acima de tudo, deixou um forte sentimento de gratidão.

Raimundo nasceu em Estância (SE) e faleceu em São Paulo (SP), aos 88 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Raimundo, Juliano Cesar Faria Souto. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Clara Louise Dias Santos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 22 de outubro de 2020.