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Raimundo Nonato Carneiro Farias

1953 - 2020

Devoto de Nossa Senhora Aparecida, adorava mimar os filhos.

De chefe de departamento pessoal a dono do “Churros do Bairro”, Raimundinho fez o caminho da carteira assinada ao trabalho autônomo, como tantos brasileiros. Depois de anos em empresa, investiu em uma máquina de churros e os vendia no bairro do Jardim América.

Raimundo era pessoa trabalhadora, esforçada, feliz. Flamenguista, devoto de Nossa Senhora Aparecida. Não dispensava uma boa cervejinha, acompanhada de jogos do rubro-negro e do seu prato favorito, um macarrão no capricho. Com o celular na mão, estava sempre dando umas voltas nas redes sociais.

Tinha orgulho da família unida que formou. Adorava mimar os filhos.

Raimundinho, sempre que dava, dormia até tarde. Mas, em dia de semana, lá estava ele acordando às seis da manhã para levar a filha Maria Aparecida, de 18 anos, à escola. “Levava de carro até a estação de trem, pegava o trem junto com ela, ia até o Maracanã, e depois voltava pra casa”, conta a filha Cristiane. Além das duas filhas, Raimundo era também pai de Leandro e marido de Dalva.

Raimundo nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Raimundo, Cristiane Costa Farias Lima. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Luciana Oncken, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Edson Pavoni em 24 de maio de 2020.