1939 - 2020
De espírito jovem e extremamente vaidoso, só saía de casa depois de um banho de perfume.
Raimundo Severino era uma pessoa alegre e adorava comemorar aniversários e jogar dominó. Costumava ficar na janela observando a rua, e todos o conheciam em razão da sua facilidade de se entrosar.
Aposentado, nasceu na Paraíba, onde trabalhou como lavrador. No final de 1960, mudou-se para a Bahia e lá conheceu sua primeira esposa, com quem teve três filhos. Tempos depois, casou-se novamente e teve mais dois filhos. Também morou no Rio de Janeiro, mas passou a maior parte de sua vida em São Paulo, onde se manteve desde 1987.
"A independência e a vontade de fazer tudo sozinho foram características marcantes de sua pessoa", descreve a neta, Isabella Julia. Ele fazia ginástica, gostava de cozinhar e dançar forró.
"Tinha um espírito jovem", conta a neta, e prossegue: "Adorava ganhar presentes e só comprava roupas em lojas de adolescentes com estilo skatista, como sapatênis."
Todos que o conheciam o apreciavam pela sua vontade de viver e se divertir. Raimundo Severino sempre reservava um momento com a família. Saía aos domingos para almoçar com a sobrinha, Lusinete, ou com a filha, que morava perto e a quem sempre chamava para passear.
"Com a história de vida marcante de um forasteiro viajante que amava sua família, seu Raimundo deixa cinco filhos — um falecido — e 12 bisnetos", finaliza Isabella Julia.
Raimundo nasceu em Princesa Isabel (PB) e faleceu em São Paulo (SP), aos 81 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Raimundo, Isabella Julia Silva. Este tributo foi apurado por Jonathan Querubina, editado por Júlia de Lima, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 16 de setembro de 2020.