Raquel Oliveira da Silva

1962 - 2020

Ecoava a risada mais alta e encantadora da comunidade e do universo inteirinho.

Nascida e criada numa comunidade do Rio de Janeiro, Raquel amava seu lugar de origem. Tinha "orgulho de ser favelada", como ela mesma dizia: "nasci aqui e vou morrer aqui". Era a mais velha dentre nove irmãos e tinha um coração anormal de tão bondoso. "Foi uma — e arrisco dizer a melhor — filha, irmã, esposa, mãe, tia, sogra, e agora o melhor anjo que o céu poderia receber como presente.", conta a nora Thais. "Sempre quando conversávamos com ela, costumava dizer no final 'você está entendendo?' E, no final, ninguém entendeu sua partida tão precoce."

Ela amava sua família com muita força e amor, atributos que tinha de sobra. Quando precisava, era uma leoa. Defendia os filhos e famílias com garras e dentes. Nos últimos anos, teve a grande alegria de ser avó! Fazia de tudo pelos seus netos. Infelizmente, não teve tempo de conhecer o mais novo, que nasceu enquanto ela estava internada.

Raquel foi vítima de dois aneurismas, mas foi forte e os venceu.

Mãe de três filhos homens, esposa por mais de trinta anos, sentia orgulho da família gigante e unida. A saudade é grande no peito de todos. Depois de sua partida, a comunidade onde morava ficou em silêncio. Não se ouve mais a voz da “Dedeia” pelas janelas e escadas, nem o riso alegre, sua marca registrada, pelos becos. Mas seus sorrisos largos, abraços aconchegantes e risadas inesquecíveis estarão sempre presentes na memória da comunidade e da família.

"Sogra, saiba que onde quer que esteja, sua família te ama daqui para toda a eternidade", finaliza Thais.