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Réges Luiz da Silva

1986 - 2020

Da origem humilde à melhora nas condições de vida, jamais descuidou das pessoas que amava.

A cidade de São Paulo, uma das maiores do mundo, é repleta de histórias como a de Réges: em meio à gigantesca multidão, elas podem passar como mais um número ou rosto indiferente ante ao olhar saturado que a megalópole vai nos impondo.

Os poucos dados que levantamos a seu respeito, porém, permitem entrever alguém empenhado na difícil missão de estar vivo e de cuidar dos que amava, às vezes, de modo muito solitário. Filho de mãe solteira e com uma infância repleta de privações, em sua breve existência, Réges revela impressionante obstinação: conseguiu melhorar a situação financeira da família, formada por sua mãe, pela irmã e pela sobrinha – que manteve sempre unida. Graças ao seu esforço, viajou para o exterior.

“Apaixonado por moto não só nas ruas, mas também no mar, adorava pilotar”, conta a prima Ingrid. Sua dedicação às condições de seus familiares, porém, parece que dificultou o pleno usufruto de tanto empenho, embora tenha conseguido “tudo o que quis” e alimentasse outros sonhos. “Infelizmente, viveu apenas para trabalhar”, lamenta a prima. Diz ela ainda que Réges não tinha filhos, mas adorava crianças. “E ajudava algumas pessoas”.

Réges nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 34 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela prima de Réges, Ingrid Talita da Silva Gonçalves Jardim. Este tributo foi apurado por Hélida Matta, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 27 de dezembro de 2020.