Sobre o Inumeráveis

Reginaldo Conceição

1958 - 2020

Sua vida e seu legado foram lindos... feito poesia.

Foi um pai que todos os filhos mereciam ter. Sua vocação era salvar vidas e como Bombeiro Militar, salvou muitas. Seu maior legado foi o amor em sua forma mais genuína e abundante. Tão abundante que transbordou sobre o mundo inteiro.

Reginaldo era um homem, verdadeiramente, inumerável!

Sua grandeza ímpar não pode ser resumida em palavras, contudo, poder ser eternizada por elas, na memória da humanidade.

Teve uma infância simples, foi um filho maravilhoso e amou demais sua mãe Zeyla e seus irmãos: Sandra e Ronaldo. Sempre foi motivo de orgulho e alegria para todos!

Nos anos 80, tornou-se bombeiro militar, passou pelo quartel do Humaitá, mas onde mais se destacou foi no GBS - Grupamento de Busca e Salvamento, na Barra da Tijuca, onde foi um instrutor extremamente dedicado aos seus alunos e alunas. Reginaldo tinha paixão por ensinar e sempre fez isso com muita responsabilidade e empatia. No seu ofício, fez amigos, socorreu e ajudou a salvar muitas vidas.

Na realidade, a vocação de salvar vidas ultrapassou o campo profissional. Ele era apaixonado pela vida e por vidas. Tinha generosidade para se colocar no lugar do outro, ajudando todos, sem pensar em retorno. Foi um profissional muito honrado, reconhecido por sua dedicação. Admirado, homenageado, respeitado e querido pelos seus alunos, superiores e colegas de trabalho.

A humildade também era uma virtude de Reginaldo. Durante toda a vida foi uma pessoa gentil, educada, cordial, afetuosa, amorosa e bastante emotiva.

Sempre teve orgulho de seus filhos: Zeyla, Zeilane e Reginaldo Junior. Com o suor de seu rosto, levou todos à Universidade Pública. Soube guiá-los com maestria pelo caminho do bem. Sua família era sua maior riqueza. Era um pai presente, amoroso, que sempre estava ao lado dos filhos, nas inúmeras comemorações, bailes, almoços, churrascos, feijoadas, corridas, descidas de rapel, trilhas... Quantas aventuras!

Dizia não gostar de futebol, mas parava tudo para assistir ao Flamengo toda semana, comendo um lanche com o filho mais novo, o "nego lindo", como ele o chamava. Isso era sagrado. Se Reginaldo Conceição fosse um jogador de futebol, certamente usaria a camisa 10, a faixa e não tremeria na hora da decisão!

Sua ausência, tão precoce, dói muito e deixa saudades.

Continua vivo nas memórias e habitará para sempre os corações dos seus!

Reginaldo nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Reginaldo, Zeyla Victória Conceição Brandão Duarte. Este tributo foi apurado por Carla Cruz, editado por Flavia Campos , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 23 de julho de 2020.