Sobre o Inumeráveis

Reginaldo Raulher Peres

1972 - 2021

DJ de rock nos anos 80, fã dos Ramones, Papai Noel e o coração da família Peres.

Na adolescência, nos anos 80 e 90, Reginaldo encontrou no punk rock sua paixão. Foi DJ em bailes de rock de garagem. "É impossível ouvir Ramones e não se lembrar dele", conta a irmã Elaine.

Viveu intensamente o amor pelo rock. Viajava o Brasil atrás dos shows e tatuou o símbolo dos Ramones em seu braço, substituindo os nomes dos integrantes da banda pelos de seus três filhos, Isabelle, Gustavo, Carolina e de sua amada esposa Vanessa, sua namorada e companheira por 26 anos.

Era comerciante. Trabalhou duro e venceu as barreiras para empreender no Brasil.

Sempre brincalhão e irreverente, agitava o grupo de mensagens da família com vídeos e brincadeiras, "era impossível não rir", conta a irmã. Fazia piada de si mesmo, se dizia um "chatão" de ideias firmes.

Reginaldo era um perfeito anfitrião. Realizou seu sonho quando construiu sua casa na praia para reunir a família e receber os amigos, com um belo churrasco em torno da piscina. Viveu momentos muito alegres com seus filhos e sobrinhos lá. Adorava ensiná-los a andar de skate. Outras vezes colocava todos para cantar e dançar até o dia amanhecer. A hora do karaokê era pura diversão.

Sem dúvidas, Reginaldo fez da sua casa um lugar de liberdade, onde todos tinham prazer de estar.

Por vinte e cinco anos foi o papai Noel da família Peres, sem dúvida o mais divertido, como lembram os familiares. A irmã Elaine e a esposa Vanessa eram as responsáveis pelo disfarce, mas foi sendo descoberto com o passar dos anos, quando as crianças iam crescendo.

Para os pais, foi um filho adolescente que burlava regras com prazer e, na vida adulta, o mais apegado a eles. Com o pai conversava sobre o Corinthians, o seu time do coração. Com a mãe, sobre as coisas de Deus e como ele se sentia protegido, calmo e grato pelas orações dela.

Reginaldo, o coração da família, como declara a irmã Elaine, "ajudou tantas outras pessoas e famílias, sem nem mesmo falar que fazia isso. Entre tantos talentos, era portador destes dons: bondade, perdão e gratidão", lembra com carinho.

Reginaldo nasceu em Santo André (SP) e faleceu em Guarujá (SP), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Reginaldo, Elaine Cristina Peres de Campos. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Danielle Lorencini Gazoni Rangel, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 6 de junho de 2021.