1948 - 2021
Sempre encontrava tempo para rir e fazer os outros rirem.
Riccardo chegou ao Brasil aos 9 anos, vindo de navio com a família, e daqui nunca mais saiu. Investiu todo o dinheiro que ganhou na educação dos filhos, de maneira que não sobrou muito para luxos, nem para aproveitar a velhice, pois não houve tempo.
Extremamente afeiçoado aos quatro filhos, era também apaixonado pela esposa, com quem viveu quarenta anos. Era de poucos amores, mas isso não o impedia de ser um homem de muita generosidade e fé, nem de ser querido por muitas pessoas, que se manifestaram com carinho após sua partida deixando sua família muito comovida.
Amava futebol e assistia aos jogos de todos os campeonatos. Era um palmeirense apaixonado, mas não fanático — achava o fanatismo uma burrice, “coisa de gente que não entendia de futebol”.
Além de assistir aos jogos, amava jogar e o fez até dois anos antes de sua morte, com sua turma de veteranos. Aliás, "passou a vida" dentro do campo, desde a primeira infância em Colleferro, na Itália, onde nasceu.
Lutou durante trinta anos contra problemas de saúde, que acabaram por agravar seu estado geral quando contraiu a Covid-19. “Deixou a mulher, Elza, os filhos Riccardo, Giuliano, Lívia e Paula, além do único neto, Enzo, que se parece muito com ele”, conta Lívia.
Riccardo nasceu em Colleferro, Lazio (Itália) e faleceu em São Paulo (SP), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Riccardo, Livia Scatena. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 9 de junho de 2023.