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Richard Higor Prado Ferreira

1978 - 2021

Um coração imenso habitava esse gigante; de sorriso acolhedor, estava sempre pronto a ajudar a quem precisasse.

“Ricardo era esposo de Fabiane — a quem chamava carinhosamente de Fabi — e sempre dizia que estavam juntos há bastante tempo. Era pai de Stephanie, a menina dos olhos dele, sua princesinha. Apaixonado pela esposa e pela filha, ele falava tanto delas que eu sempre senti como se as conhecesse. Ele fazia todo o possível para vê-las felizes e eu tenho certeza de que elas foram muito felizes ao lado dele. Ele gostava de estar em casa com as meninas dele, gostava de escutar rock junto com a esposa”, começa contando a amiga Estela.

Ela conta também como se firmou uma amizade entre eles: “Nos conhecemos em 2010, na assinatura dos documentos de uma casa. Ele se tornou um grande e incrível amigo durante o processo de construção da minha casa. Daí em diante sempre estava presente de alguma forma em nossas vidas”.

“Era uma pessoa íntegra, de caráter inquestionável, muito solícito, sempre disposto a ajudar, a resolver problemas e honrar seus compromissos. Ele nos ensinou a sermos gentis sempre. Ele sabia oferecer o melhor às pessoas, exibindo um sorriso cordial e tendo um interesse sincero naquilo que elas esperavam.”

“Profissionalmente ele se dividia entre a construção civil e seu trabalho como Policial Militar. Era muito comprometido e responsável em tudo o que fazia. Nunca deixava que uma de suas diversas funções interferisse na outra e sempre trabalhava mais do que o combinado. Era muito querido por todos e ninguém nunca tinha nada de negativo para falar sobre ele.”

“Ele me passava confiança e sempre me ajudou no decorrer da obra, nos momentos em que eu tinha alguma dúvida. Me atendeu até mesmo quando precisei de uma viatura. Eu o tinha como um irmão mais velho!”
“Era reservado, porém, sempre acolhedor. A voz e a gargalhada eram as suas marcas registradas. A risada dele é algo que volta e meia me recordo. Toda vez que ele ia à minha casa, eu passava um café para ele. Quando vejo as suas meninas, imagino a falta que faz aquele pai, aquele marido.”

“Quando conheci a Fabi pessoalmente pude perceber o amor entre eles. Nessa época, eles tinham se mudado de cidade e nós íamos nos mudar também. Combinamos um churrasco em cada casa, mas, pela correria, demoramos e não pudemos viver esse momento” finaliza a amiga.

Richard nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Richard, Estela Pretti. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 28 de abril de 2023.