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Rita Pereira Silva Luz

1958 - 2020

"O que eu mais quero é ver todo mundo feliz!", dizia. Ela não tinha medo de viver e era a felicidade em pessoa.

Dona Rita, a Ritinha, não guardava mágoa e nem ódio de ninguém, estava sempre sorrindo e motivando quem estava ao seu lado. Adorava dançar, tirar fotografias e ficar conversando pelo aplicativo de mensagens. Pra tudo ela falava "Deus vai dar a bênção" e mandava "bom dia" para todos os amigos virtuais pelo aplicativo.

Buscava acolher e ajudar o próximo e adorava fazer bolos para presentear os amigos. Sempre foi preocupada com o bem-estar da família.

O filho Rogério relembra uma história engraçada com dona Rita: "Minha irmã mas velha começou a competir em eventos de fisiculturismo. Na primeira vez que todos nós fomos acompanhar um desses eventos, quando minha mãe viu aquele povo todo musculoso, ficou doida. Queria tirar foto de todos e eu fiquei morrendo de ciúmes dela. Foi muito engraçado."

Ritinha estava no melhor momento da vida. Sonhava em conhecer Portugal. Aprendeu a usar a internet e isso abriu para ela um mundo de possibilidades... encontrou muitos parentes, amigos e fez ainda novas amizades. Começou também a fazer aulas de dança e em toda festa que ela ia, fazia questão de ir pra pista e dançar com todo mundo. Estava muito feliz, pois estava para ganhar um novo netinho, seria o primeiro neto homem!

Foi uma mulher forte, mãe, avó de Anna Luiza, Giovanna e Lorena, mas partiu antes mesmo de poder conhecer seu primeiro neto, o Gabriel, que nasceu doze dias após a avó falecer.

Rita deixa saudade, uma linda história e o ensinamentos de que é possível ser feliz, mesmo na dor.

Rita nasceu em Jussiape (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Rita, Rogério Pereira Luz. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 11 de novembro de 2020.