Romeu Natal Vieira

1963 - 2021

Com seu jeitinho peculiar e muito divertido de levar a vida, transformava tudo em um grande evento.

Romeu apreciava churrascos, pescarias e uma boa moda de viola. Essas três coisas eram, sem sombra de dúvida, uma demonstração do quanto ele amava e se divertia com elas. Assim como a pesca, ouvir músicas também era um dos seus maiores hobbies. A dupla Milionário e José Rico, era sua preferida. Ah, como ouviu canções como "Estrada da Vida" e "Sonhei com Você" na voz das "Gargantas de Ouro do Brasil".

De seu amor e casamento com Marta Vieira, os frutos não poderiam ser melhores: Victoria Vieira, Matheus Vieira, Jonathas Vieira Willians. Tinha apenas um neto: Valentim, filho do primogênito Willians e da querida nora Magali. O contentamento e orgulho de Romeu com a chegada do primeiro neto era visível.

Ana Cristina, concunhada de Romeu, relembra: “Ele era uma pessoa extremamente família, generoso, legal, comunicativo e que estava sempre disposto a ajudar. Era um piadista, transformava histórias em piadas com naturalidade e alegrava o ambiente e todos que estivessem ao redor.”

Seus olhos brilhavam ao ver a filha Victoria dedilhar a viola sertaneja. Sentia um orgulho enorme da filha. Outra coisa que fazia com que seus olhos cintilassem era quando pensava no seu sonho de ter uma chácara na terra natal, Ribeirão Preto.

Amava fazer churrascos e convidar todos para participar desses momentos idealizados por ele. Era um líder nato, que organizava reuniões, festas juninas... "Com ele, tudo virava um evento! Romeu tinha paixão em ser o líder em tudo que fazia e participava. Como de costume, desde um simples almoço até os festejos juninos na rua tornavam-se uma grande ocasião para comemorar. Eventos eram com ele mesmo!”, afirma Ana Cristina.

Como não poderia ser diferente, Romeu fundou sua própria empresa de eventos, a RN, onde trabalhou muito e viu seu sonho ser concretizado. “Montava um palco em minutos, tinha uma mente ótima para projetos”, conta Ana Cristina.

Kleber, o cunhado (esposo de Ana Cristina), trabalhava junto com Romeu. Foram quarenta anos de amizade e companheirismo, numa parceria que ia além dos eventos e dos famosos perrengues que depois, ao serem contados, até pareciam piadas. “Em tudo eram parceiros, até na cachacinha que ambos tomavam antes do almoço", confidencia ela lembrando que o marido está sentindo demais a perda do seu amigo e cunhado.

Os dois parceiros foram certa vez fazer um evento em Curitiba e decidiram pedir uma dose de cachaça na hora do almoço. Romeu achou uma delícia e nenhum deles havia tomado uma daquela antes. Kleber, ao ver o cunhado pedir que deixassem a garrafa na mesa e completar empolgado o copo, falou: "Vai devagar, Romeu. Essa cachaça é gostosa, mas logo ela derruba". Na mesma hora Romeu retrucou: "É gostosa e eu estou acostumado". E assim foi, após tomar algumas doses, Romeu caiu com a cara no prato e quando foram lhe contar o acontecido, achou que era tudo mentira!

Ele costumava chamar todos os amigos de "sem qualidade". Dizia assim: "Fala aí, sem qualidade!", e quando falava com o cunhado Kleber ao telefone, era comum soltar um: "Vamos trabalhar, sem qualidade". "Era sua forma de brincar com quem ele gostava”, diz Ana Cristina.

Ana Cristina relembra carinhosamente que quando iam visitá-lo, ela e o concunhado tinham o costume de acordar cedo, fazer o café e ficar conversando até o restante do povo acordar, e relata com saudade: “Agora, sua partida está sendo sentida por todos. Nada de churrascos, nada de risos...”, e acrescenta: “São tantas lembranças, pois a gente se juntava sempre, e com ele nunca tinha tempo ruim”.

Romeu foi exemplo de amor, respeito e muita alegria. A dedicação à família, ao trabalho e sua maneira leve de levar a vida foram as maiores lições que ele deixou.