Sobre o Inumeráveis

Romilda Pedrazzi

1958 - 2021

Só sabia amar! Amava ajudar, ouvir e receber os amigos.

Romilda era uma pessoa que sempre se dedicou ao próximo. Ela espalhava gentilezas por onde passava. Cuidou da família fazendo o que fosse necessário para mantê-la. Para sua filha, Romilda era uma mulher perfeita, mesmo com suas imperfeições é claro, afinal, todos as temos. Amava ajudar e cuidar das pessoas, independente de quem fosse. Era generosa, amorosa, corajosa, independente e sincera. Nunca pediu nada em troca por sua ajuda, que podia ser apenas ouvir um desabafo ou ajudar com comida, roupas, enfim, com o que a pessoa precisasse. Romilda se formou em Ciências Contábeis e trabalhou em vários locais, como na empresa do pai, em banco, em supermercado etc. Ela anotava tudo em seu caderninho: todos os pagamentos e contas a pagar. Era bem organizada.

Romilda gostava de receber as pessoas em sua casa, sempre com muita comida gostosa, para que todos conversassem e rissem ao redor da mesa. Sempre que chovia, Romilda fazia bolinhos de chuva e um doce chamado spumoni, com bolacha e creme, que era de lei, não podia faltar. Se referia aos pais como mamãe e papai, sempre com muito amor e gratidão - tem uma irmã e dois irmãos.

Quando sua mãe, chamada de vó Nena por seus netos, sofreu um acidente de carro, largou tudo para cuidar dela. Como sempre se dedicou a cuidar das pessoas, ela dizia que essa era a sua missão na Terra. Ela que sustentava a casa com 4 mulheres, a filha, a mãe e uma sobrinha. Uma das forma de expressar seu amor era fazendo a comida preferida das pessoas à sua volta, sempre dando beijos e abraços. No tempo livre, Romilda gostava de se deitar e assistir filmes e séries, principalmente aqueles relacionados ao mar, mas também gostava de ver programas de reportagem. Ah, era louca por aqueles joguinhos no celular.

Priscila, ao lembrar da mãe, comenta: “O cuidar do outro era sua missão, mas infelizmente o vírus pegou ela e a levou para junto de Deus. Meu coração é cheio de gratidão por ser sua filha e estaremos sempre juntas no amor. Lembro de ir com ela e minha avó, mãe dela, à feira aos finais de semana e levar, para as pessoas carentes, alguns carrinhos cheios de legumes, frutas e verduras. Também lembro que na minha infância ela ficava no portão da escola, com um papel balançando no vão do portão, para que eu soubesse que ela estava ali me esperando.

Frequentemente, Romilda lembrava de um passeio que a filha fez, do qual chegou em casa com vários arranhões no corpo. Ela ria muito disso. A filha contou que estava andando de patins em uma descida e caiu. Priscila se ralou toda, mas ao saber disso, ela apenas beijou a filha, mas ria ao mesmo tempo, e falou que já tinha a sua aventura. Por morarem em cidades diferentes, as duas conversavam todos os dias por vídeo e mensagens. Amava demais os netos e entre risos e elogios participava ativamente da vida deles. Romilda sempre demostrou muito o seu amor e carinho por tudo e por todos. Até hoje Priscila recebe mensagens das amigas, colegas de trabalho e vizinhas de Romilda e falam da gratidão que sentem por terem conhecido uma mulher tão incrível. Os amigos, familiares e conhecidos expressam gratidão e carinho por ela, por sua vida, por sua existência, devolvendo um pouco de todo o amor que ela doou a eles e ao mundo.

Romilda nasceu em Ribeirão Preto (SP) e faleceu em Limeira (SP), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Romilda, Priscila Cristina Pedrazzi Bravo. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ozaias da Silva Rodrigues, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 27 de janeiro de 2022.