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Ronald Lima Pamplona

1962 - 2020

Xodó da turma 129 do Serviço Social, ele continuava estudando para fazer Medicina.

Um ser humano ímpar. Com sabedoria e discernimento, lutava suas batalhas para que pudesse proteger os seus.

E, com Ronald, independente das circunstâncias, não tinha tempo ruim! O sorriso estava sempre estampado no rosto. Sua alegria de viver era incomparável. Ronald era luz, era a própria personificação da leveza.

Adorava receber os amigos. Colocava apelidos carinhosos e engraçados em todos. Tinha o dom de fazer com que qualquer pessoa se sentisse bem em sua casa, como se fosse parte da família.

Partiu e levou junto um pedacinho do coração de cada pessoa que o conhecia, que o amava e que lhe queria sempre por perto.

Deixou um legado de amor, da pessoa especial e querida que foi.

História revisada por Mariana Coelho, a partir do testemunho enviado por amigo David Ribeiro, em 23 de maio de 2020.

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Sua irreverência, seus bordões e a saudade ficam, para sempre. Era com gargalhada que Ronald Lima Pamplona costumava quebrar o gelo e conquistar novas amizades. Seu bom humor, uma de suas principais marcas, rendeu a ele a fama de ser um ótimo inventor de apelidos para os amigos. Chamado de "cabeça branca" por ostentar uma cabeleira totalmente tomada por fios reluzentes, era o xodó da Turma 129 de formandos de Serviço Social da Universidade Federal do Pará. Ronald entrou na faculdade aos 50 anos e orgulhava-se de sua profissão, que o levou até o seu último emprego, no IBGE. A formatura, em 2016, foi a realização de uma etapa importante para esse paraense que constantemente dedicava-se aos estudos para se manter firme em seu maior propósito: tornar-se médico.

Terceiro de oito filhos de uma família grande e unida, Ronald tinha um carinho especial pela mãe, Iraneide Lima Pamplona, a quem destinou inúmeras declarações de amor, como a foto principal que estampa o seu perfil em uma rede social.

Com o rosto apoiado nas mãos suaves de Iraneide, Ronald sorri. A imagem afetuosa reforça a principal mensagem que emoldura a foto: “Eu amo a minha mãe”.

Pai de dois filhos, era avô de coração do pequeno Ryan - menino a quem devotava um carinho incondicional - e um irmão e primo querido e amado por seus familiares.

Apaixonado por futebol, tinha o coração dividido. De um lado, vibrava pelo Botafogo.

Do outro, era Papão de carteirinha. Papão é como conhecido o Paysandu Sport Club, um dos times mais tradicionais do Norte do país. Uma pessoa simples e sem muitas vaidades, Ronald orgulhava-se de ser uma pessoa cheia de amigos. Adorava contar histórias, sempre de um jeito muito peculiar. Cozinheiro de mão cheia, era glorificado pelas feijoadas e churrascos que fazia em casa, cantinho que carinhosamente batizou de “mansão”. Construído com muito suor
durante décadas, o lar de Ronald há pouco tempo havia ficado pronto com a tão sonhada piscina que ele sempre desejou.

Foi a tal mansão que abrigou muitos encontros embalados pelos pagodes que Ronald sempre amou escutar e cantar no karaokê. Sucesso do grupo Revelação, "Velocidade da Luz" era uma de suas músicas favoritas. Gravada pelo cantor Xande de Pilares, a música reunia versos que Ronald adorava cantar e que agora se mantém firmes nas lembranças dos seus familiares e amigos. “Vou-me embora agora, vou embora pra outro planeta. Na velocidade da luz, ou quem sabe de um cometa. Eu vou solitário e firme, onde a morte me aqueça”...

Da lembrança do irmão, filho e amigo bem humorado ficam os pagodes, as risadas, os encontros na mansão, o carinho e a certeza de que enquanto o coração de todos que o amam bater, Ronald jamais será esquecido.

Ronald nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela mãe e irmã de Ronald, Iraneide e Darlice Pamplona. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Gabriela de Almeida, revisado por voluntário e moderado por Rayane Urani em 24 de junho de 2021.