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Rosalio de Jesus Seixas Tavares

1954 - 2020

Assim como o oxigênio com que trabalhava, ele era um sopro necessário e alegre de ar fresco.

Rosalio era um homem simples, que esbanjava alegria por onde passava. Gostava de contar piadas e de estar com a família e amigos. Sempre se fazia presente, de uma forma ou de outra, em todos os eventos familiares. Se era noite de plantão, dava um jeito de participar da festa, nem que fosse passando o dia inteiro ajudando na organização.

A alegria e a dedicação à família se estendiam ao trabalho, onde adorava pregar uma peça e colar adesivos nas costas dos colegas. De riso fácil, se divertia com os detalhes do cotidiano. Rosalio trabalhava no setor de oxigênio, mas mal sabia que, ele próprio, era também um sopro de ar fresco, essencial à vida de todos que o rodeavam.

Via o lado positivo de tudo, até nos momentos difíceis - o que levou as filhas Sheila e Cynthia a definirem o pai com a palavra “gratidão”. "Ele nos ensinou a honestidade e o amor ao próximo, e esses ensinamentos jamais serão esquecidos”, garantem elas.

Mesmo separado, nutria uma enorme paixão por Raimunda, mãe de cinco de seus oito filhos. Dava valor às tardes em que assava salgados com a eterna namorada. Realizou seu pedido derradeiro ao ver Raimunda uma última vez, ainda que através do vidro do carro.

Cumpriu sua jornada na Terra "com excelência", nas palavras das filhas Sheila e Cynthia. Ficará marcado para sempre nos corações de quem o conheceu.

Rosalio nasceu em Santarém (PA) e faleceu em Macapá (AP), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelas filhas de Rosalio, Sheila Roselle da Silva Tavares e Cynthia Rosane da Silva Tavares. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bárbara Mendonça, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 20 de agosto de 2020.