Rubens Costa

1938 - 2021

Não existia comerciante melhor: os clientes faziam fila só para comprar com ele no Armazém Costa.

Rubens era comerciante, dono do Armazém Costa, fundado em 1980 na cidade catarinense de Biguaçu. Antes, porém, foi caminhoneiro e transportava geladeiras saindo de Joinville.

Ele gostava de caminhão, boi e cavalos, e morria de ciúmes do seu carro, que ninguém podia dirigir. Sabia mexer no computador e era gostoso ouvir ele dizendo: "Nem parece que eu tenho 83 anos, né? Tô bem né, guria?” E nem parecia mesmo, especialmente por sua vaidade: não saía pra passear se não estivesse arrumado e perfumado.

Pai de cinco filhos, criou a neta Mayara, que o chamava de pai. Ele dizia sempre que "pai é quem cria", por isso se alguém lhe perguntasse se ela era filha dele, ele respondia que sim.

Seu jeito amoroso e sempre preocupado com todos à sua volta faz Mayara lembrar-se de seus cuidados: "Se fôssemos brincar na rua e não voltássemos para o café, ele já ficava bravo... Estava sempre pronto pra nos servir".

“Pai, me leva em tal lugar? E ele respondia: 'Te levo...’”

“Pai, o pai pode fazer isso pra mim? ‘Sim, faço!’”

“E quantas vezes, de manhã, fazia vitamina pra nós... e nos levava no parquinho ou íamos tratar o boi juntos... “

Vaidoso, gostava de se arrumar, vestir sua camisa jeans e se perfumar, fazendo sempre a família esperar que ele terminasse antes de sair.

Intenso, quando gostava de algo ou alguém, ele falava que 'era especial'. E não gostava de ver ninguém sofrendo ou passando fome.

"Quantas lembranças quantas histórias! Como era bom ficar perto de ti, tomar nosso café com bananinha frita ou com aquele biscoitinho de joelhinho que tu gostavas. Que saudade! Só as lembranças ficaram, pai, só isso faz matar a nossa saudade de ti. Estarás para sempre no meu coração e na minha memória. Te amo daqui até a eternidade. Pra sempre. Fostes especial!”