1942 - 2020
Era um devorador de livros. Muito culto e inteligente, versava sobre qualquer assunto com qualquer pessoa.
Bom conselheiro e bom ouvinte. Essas eram as habilidades que os acertos e erros cometidos ao longo da vida conferiram a Rubens.
Um homem de rara sabedoria e autodidata, discorria com propriedade sobre o Império Romano e as guerras, e ficava horas falando sobre curdos, mouros e outros povos. Não teve acesso à escola regular, mas isso não o impediu de se apropriar do conhecimento. Isso motivou suas filhas, fez com que elas valorizassem e buscassem uma formação acadêmica de excelência, conta a filha Ana Lúcia.
Amava viajar e tinha planos para conhecer novos lugares, e revisitar outros por onde passou. Tinha um carinho especial pelas cidades do interior do estado de São Paulo, em particular, Louveira e Jundiaí, que fazem parte do Circuito das Frutas. Aguardava ansioso pelo leilão final das Festas da Uva e do Figo, onde, certa vez, arrematou uma cesta de jatobás por um real, por ausência total de lances. Pretendia viajar de carro, pois dirigir era um dos seus passatempos preferidos, além de jogar sudoku.
Amante da música, ele adorava serestas e tinha prazer em visitar a cidade de Conservatória, onde se encantava ouvindo chorinhos.
Acostumado a ser o provedor da família, demorou a se habituar à aposentadoria.
Foi um homem de grande carisma, muito carinhoso com as filhas, solícito com quem precisasse e amado por todos com quem convivia.
Rubens nasceu em São Caetano do Sul (SP) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Rubens, Ana Lúcia Ferrari. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Rosa Osana, revisado por Paula Ledo dos Santos e moderado por Rayane Urani em 29 de maio de 2021.