1987 - 2020
Alegre e amorosa no trabalho, exibia respeito e compaixão pelas pessoas sob sua responsabilidade.
Ela atuava como Auxiliar de Supervisão em um presídio feminino no norte do país. Sempre interessada em crescer pessoal e profissionalmente, nas horas vagas dedicava-se aos estudos cursando Técnico em Enfermagem. Na vida pessoal, constituiu família com Raimundo Picanço, com quem teve uma filha, Yane.
“Trabalho e família eram as duas maiores paixões da vida de Sarinha”, conta a colega Rufina, que conviveu por três anos com ela no ambiente de trabalho. “Em todos estes anos, em nenhum plantão tivemos desavenças. Ela tinha uma calma extraordinária, capaz de comover as internas. O ambiente chegava a ser leve e as risadas faziam parte da nossa rotina”. Além do esposo e da filha, Sara tinha mãe e irmãos. "À mãe, sempre destinava parte do dinheiro recebido no trabalho”.
A generosidade de Sara foi a característica que mais marcou Rufina. Nas homenagens póstumas feitas pelas colegas de trabalho, “todos diziam que gostariam de ser como ela: uma pessoa que transbordava paz, caridosa, amorosa, realmente uma pessoa extraordinariamente humana, amiga de verdade”.
Ela era uma unanimidade entre os colegas. A colega Etelvina Araújo complementa: “A Sarinha era uma pessoa extraordinária, a gente não sabia quando ela estava com algum problema, pois sempre estava com seu sorriso no rosto, aquela alegria radiante”.
“Uma excelente profissional, mãe, companheira, amiga confidente, sempre tentando amenizar qualquer situação. Em nenhum momento ela criticava ou julgava, pelo contrário, conversava”. Etelvina ratifica as palavras de Rufina, dizendo que Sarinha acalmava as internas. “Qualquer pessoa que estivesse ao lado dela sentia paz”. Sua partida foi sentida por todos que a conheciam. No presídio onde trabalhava, das internas aos funcionários, todos ficaram abalados.
A amiga Adriana reitera as palavras das colegas de trabalho. “Sara foi uma mulher guerreira. Veio jovem de Tefé em busca do seu sonho de formar-se na área da saúde, trabalhou, e pretendia retornar à terra natal”, conta. “Tive momentos lindos e marcantes com ela, que foi uma grande mãe, irmã e filha”.
Sara nasceu em Tefé (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 33 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelas colegas de trabalho e pela amiga de Sara, Rufina Ramalho, Etelvina Araújo e Adriana Barroso Nunes. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Patrícia Costa Coelho de Souza, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 20 de dezembro de 2021.