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Sawa Carmona Maksimczuk

1975 - 2020

Amava sua família, seus amigos e o Corinthians.

Sawa gostava de ir à igreja todos os domingos.

Trabalhador, amava demais sua família e amigos. Não perdia um jogo do Corinthians.

“Trazia sempre um sorriso e a alegria em ajudar o próximo”, conta Diogo, seu irmão gêmeo.



Fiel torcedor do Corinthians, guardava consigo um pouco da terra retirada no início da construção do estádio.

Feliz, alegre e sorridente, essas eram as características naturais de Sawa, um homem forte, trabalhador, honesto e de um coração gigante. Com sua pureza e otimismo, sentia prazer em ajudar o próximo. Se uma pessoa pedisse uns trocados, ele tirava do bolso, mesmo que fosse tudo o que tivesse, só para ajudar.

Gostava de viver a vida, um dia de cada vez, não havia espaço para a tristeza ou tempo ruim, em seu rosto havia apenas marcas de felicidade e seu olhar transmitia a positividade que somente ele conseguia expressar.

“Sawa foi uma pessoa inteiramente incrível, se perguntar para qualquer conhecido, escutará apenas coisas boas sobre ele”, afirma seu irmão Diogo.

Muito ligado à família, Sawa amava dividir momentos com seus entes queridos, adorava viajar para a chácara de Santa Isabel, queria ir todo final de semana para descansar. A melhor viagem de família foi para Fortaleza, ele gostou tanto que planejava remarcar o retorno após a pandemia, conta seu irmão.

Com seu animalzinho, colecionou momentos inesquecíveis. Adotado com seis meses, Bobby é o cachorro da família desde 2011. Diogo conta que o cão sentiu muito a falta de Sawa e que por um tempo ele ficou cabisbaixo e não queria comer, Bobby sentiu a falta de Sawa, assim como todos.

Sawa e Diogo eram irmãos gêmeos, sempre juntos e conectados, escolheram morar com a mãe para que assim pudessem estar mais presentes e cuidar dela.

“Gêmeos são uma coisa inexplicável, ele ficava doente em uma semana e, na outra, eu ficava com a mesma doença, podia ser gripe ou dor de dente. Se ele machucava o pé, depois de uns dias eu machucava o pé do mesmo jeito. É inexplicável o que passamos. Uma história tão linda! Ele faz muita falta para mim. Quando falo o nome dele, me toca a alma. Cada dia que passa, parece que a saudade aumenta ainda mais”, conta o irmão.

Os dois sempre foram parceiros em tudo, tinham os mesmos gostos, inclusive para futebol, Sawa era alucinadamente apaixonado pelo Sport Club Corinthians Paulista. No dia em que soube da construção, do que hoje é a Neo Química Arena, Sawa foi às pressas buscar uma câmera e se tornou o primeiro torcedor a gravar o início das obras. E assim foi, até o último dia de reforma, com direito a churrasco mensal para acompanhar a obra.

“No dia que o Corinthians ganhou a Taça Libertadores da América, assistimos juntos, foi no dia do aniversário da nossa irmã, Sawa chorava de soluçar. O Corinthians era uma religião para ele, se falasse mal do timão, ele ficava magoado”, confessa Diogo com sorriso na voz.

Diogo acredita que seu irmão merece toda a homenagem do mundo. “Sawa tinha o coração muito bom, acho que por isso Deus o recolheu. Sinto que ele está viajando, está em algum lugar e parece que ele vai voltar”, acredita Diogo.

Uma viagem cuja bagagem é o mistério da vida. Sawa foi uma estrela na Terra, que Deus levou para iluminar um pedacinho do céu; sua luz emana tranquilidade, aquecendo os corações de sua família, clareando suas almas e lhes trazendo paz para a saudade eterna de sua presença.

Sawa nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 44 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo irmão gêmeo de Sawa, Diogo Carmona Maksimczuk. Este tributo foi apurado por Mateus Teixeira, editado por Ticiana Werneck e Beatriz Brito, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 10 de novembro de 2020.