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Severino Xavier dos Santos

1941 - 2020

Era um hábito de Seu Vavá ir aos mercados diariamente aproveitar as promoções.

Severino, o Seu Vavá, foi um homem ímpar.

Nascido na Paraíba, desde muito novo mostrou sua alma empreendedora e grandiosa. De um simples vendedor de pentes na feira de domingo no seu bairro, virou trocador de ônibus, gerente-geral de supermercado e, finalmente, dono do seu próprio negócio.

Seu Vavá gerou emprego, doou seu tempo, construiu sua família e, a cada pessoa que ajudava, plantava a caridade em silêncio. Foram inúmeras as crianças que puderam levar lanches para o colégio e várias as senhoras que tiveram uma ajuda dele para que pudessem se alimentar. Todos sabiam que podiam contar com o Seu Vavá.

Depois que se aposentou, se o sol aparecesse logo pela manhã, lá estava ele aproveitando o calor e a luz solar para ler o seu jornal, do jeito que ele gostava. E já era um hábito de Seu Vavá ir aos mercados diariamente, para "aproveitar as promoções".

Era um homem forte e guerreiro que gostava muito de viajar. "Foi um homem incrível para cada um de sua família. Suas frases: 'Ô, lugar! Tudo que se planta dá', 'Dó, ré, mi, fá, sol, na glória" e 'Ajoelhou tem que rezar' ficarão marcadas em nossos corações, onde foi plantado amor e realmente se gerou mais e mais amor. Brilha muito lá no Céu, nosso eterno artista", dizem sua filha Fernanda e a neta Layla.

Severino nasceu na Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta e pela filha de Severino, Layla Regina dos Santos Franklin e Fernanda Santos. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 12 de novembro de 2020.