1950 - 2020
Sua envolvente alegria fazia dele um gigante de dois metros.
Ele era o tio Ney de todos, Magal para os colegas de trabalho nos Correios e Sidnei da Silva Esteves desde a pia batismal. Setentão, viúvo, carteiro aposentado, dono de passadas rápidas e de longas caminhadas para se manter ativo. Dono também do melhor "Parabéns" já ouvido.
Sidnei era a alegria em pessoa, festeiro, capoeirista. Apesar da pouca altura, se autointitulava "um negão de dois metros". Sim, ele era grande, dono de um coração enorme, vocabulário vasto, falava alto... Chegava chegando. Contador de histórias, assinatura de escrita legível e irretocável, sambista e pagodeiro da melhor qualidade. E flamenguista. Deixava a vida levá-lo... Problemas? Para ele, "galho fraco", vai resolver.
É, com a Covid-19 o otimismo não teve vez. Hipertenso e diabético, perdeu a luta contra o vírus em três dias de internação. Não houve respirador nem intubação que ajudasse a reverter o quadro pulmonar. "Perdemos nosso tiozão, paizão, irmão, primão, vovozão e biso", diz a sobrinha Eliziane que conclui: "Será eterno em nossas lembranças. Saudades!"
Sidnei nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de Sidnei, Eliziane Esteves de M. Duarte. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de janeiro de 2021.