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Terezinha Aparecida Figueira Quintal

1953 - 2020

Ela era a pessoa que não podia faltar. Sua presença era aconchego e a certeza de que tudo ficaria bem.

Esta é uma carta aberta de Rosamaria para sua tia, Terezinha:

Quando fez um ano que você se foi, eu já havia tentado inúmeras vezes escrever uma homenagem para você, mas nunca conseguia explicar tudo o que você significou e continua significando para mim.

Nas minhas lembranças de infância, você é presença marcante: foi o Papai Noel da família por mais de vinte e cinco anos, para alegrar seus sobrinhos. Lembro-me também das nossas idas ao Parque do Ibirapuera, de você comprando meu material escolar, de você deixando eu comer biju no seu carro, de quando limpávamos a casa da vó, de você ser minha madrinha de crisma e também de tomarmos sol, juntas, na chácara.

Então eu cresci, e sua presença continuou: você foi minha madrinha de casamento, ajudou na minha mudança, ficou feliz com a minha maternidade, cuidou do vovô e também da vovó, com Alzheimer, por mais de doze anos. Também me ajudou com as festas das crianças e sempre esteve ao meu lado para qualquer coisa que eu precisasse.

Depois você inventou a Festa dos Sobrinhos, juntando a família, como a vovó e o vovô faziam: montava o presépio, juntamente com os sobrinhos-netos, e dava as pistas para que achássemos os chocolates na Páscoa.

Só quando escrevi este texto descobri que nunca conseguirei resumir a sua importância na nossa história, mas sei que você sempre terá um espaço, muito importante, no meu coração e nas minhas lembranças. Você foi e sempre será o pilar de nossa família.

Te amarei para sempre. Saudades.

Terezinha nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Terezinha, Rosamaria Pinheiro Rapacci. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Rosa Osana, revisado por Débora Spanamberg Wink e moderado por Rayane Urani em 21 de julho de 2021.