Valéria Maria Faria Ohashi

1953 - 2020

Seu “oiê”, acompanhado de um sorriso sincero e acolhedor, significava amor em todos os planetas e idiomas.

Quem nasce em Minas é o quê? Valéria foi universal. Um fenômeno vivo que, feito estrela cadente, viajou por vários lugares rapidamente e deixou um perpétuo rastro de luz em cada cantinho.

Foi em Paulo Afonso, na Bahia, que passou sua infância e juventude. Depois mudou-se para Recife, Pernambuco, onde começou a faculdade de Medicina. Lá também decidiu dedicar-se à família após ter casado com Masaru, um professor, imigrante japonês, que a havia convidado para uma dança. Naquele dia bailaram tão intensamente que, num giro, entraram em órbita e se alinharam por 48 anos; o equivalente ao eterno no Planeta das Paixões.

Mas nem mesmo o céu foi o limite. Como mãe, Valéria foi um anjo, uma astronauta e tudo o que há de mais misericordioso. Ela se sentia pisando em Marte e cravando em seu solo a bandeira da vitória a cada vez que o filho aprendia os segredos da vida: amor e generosidade. Extremamente vibrante e, mesmo quando ausente, presente, o seu tesouro não era encontrar vida fora da Terra, mas nela própria. A descoberta aconteceu em 2012, quando se tornou avó dos tesouros Mariana, Ária e Igor. A emoção, obviamente, foi coisa de outro mundo; era o brotar de toda a vida dedicada aos filhos, oferecendo seus mais belos e valiosos frutos.

À realidade da Terra, Valéria Maria transmitia alegria; fonte de vida. Trabalhou como voluntária na AACD e, por décadas, difundiu a cultura japonesa no Nordeste do Brasil através do consulado do Japão em Recife. Conciliava tudo à sua grande paixão: a família e os amigos, seus amores, que testemunharam uma comprovação científica: quando uma estrela morre, seu brilho ainda é visto por milhões de anos.

Filhos e netos lembrarão sempre da delicadeza da voz, do toque leve e perfumado, do colo aconchegante, do xale macio, do perfume adocicado e das histórias que exalam, por anos-luz, um amor e uma dedicação incondicionais.