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Vera Lucia Semeão Garcia

1947 - 2020

Tinha um jeito completamente doce e amoroso. Dotada de uma fé inabalável.

Vera foi esposa, mãe, avó, amiga, companheira, irmã, guerreira e família. A primeira palavra que a definiu: amor. A segunda: fé.

“Minha mãe foi uma pessoa cheia de carinho, compaixão, respeito, com tudo e todos. E de muita fé, bondade e alegria contagiante”, comenta sua filha, Hellen Cristina.

Foi catequista por muitos anos, estava sempre presente nas missas aos domingos e às segundas-feiras. Quando não estava ajudando no ofertório, fazia a leitura ou cantava no coral da igreja. Coral este a que se dedicava todos os sábados, para os ensaios.

Como esposa, foi um forte apoio na vida do seu companheiro ao longo de 46 lindos anos. Como mãe, ensinou ao seu casal de filhos, sobre valores éticos, respeito e confiança em Deus. Como avó, teve uma grande identificação com sua neta. Em comum, o amor esteve presente em todas as relações.

“Uma mulher querida por todos. As pessoas mais próximas a ela gozavam sempre do seu bom humor e pureza”, relata Hellen.

Vera também construiu, ao longo de sua vida, fortes laços com seus irmãos, sobrinhos e primos. “Falar dela é entender que dificilmente alguém pensava algo negativo. Afinal, ela não emanava nenhum tipo de sentimento ruim.”

Para seu esposo, depois de tantos anos vividos juntos, conviver com o sentimento da perda está difícil. Hellen Cristina comenta que “ele nunca imaginou perdê-la. Tem em mente tantos momentos vividos juntos e, apesar dos muitos espinhos, ela estava lá, cheia de flores. Vieram os filhos para encher a casa de alegria. Veio a neta, que para os avós, foi a maior alegria. E como foram felizes!”

Vera foi uma mulher de fibra e guerreira. Sempre sorrindo e estimulando seu companheiro de batalhas, jogando-o para cima. Para seu marido, resta a certeza de que um dia vai encontrá-la para continuar a viver esse amor. Para os filhos e a neta, a falta dela e a certeza que, em vida, ela foi a melhor mulher do mundo.

Sua filha finaliza com apenas um sentimento: “Saudade, saudade...”

Vera nasceu em Juiz de Fora (MG) e faleceu em Juiz de Fora (MG), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Vera, Hellen Cristina Semeão Garcia. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Marcela Matos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 2 de outubro de 2020.