Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.
Soube cativar as pessoas ao seu redor e deixou suas cantorias registradas para a eternidade.
Sem descuidar da família, reservava as quartas-feiras para a cervejinha gelada durante o papo com os amigos.
Fez colchas de crochê bem coloridas para cada um dos filhos e fez também o enxoval dos netos.
Bastava contemplar o sorriso de um de seus filhos para que ela se desmanchasse em amor.
Honrou sua missão como diácono permanente, exercendo sua fé de forma a auxiliar seus irmãos em quaisquer necessidades.
Dizia ''sim'' para tudo, menos para largar o copo de leite com café.
Ensinou o que significa verdadeiramente amar.
Tinha nas mãos a força do trabalho e no coração a leveza do menino apaixonado por pipas e pelo Flamengo.
O melhor e mais sorridente mestre de obras, que amava operar uma empilhadeira.
Mecânico atento, não gostava de nada ultrapassado; amava os carros e era fascinado pelos avanços tecnológicos.
Autodidata, desenhava plantas que impressionavam qualquer engenheiro.
Inventava palavras para dizer no lugar de "palavrões" e adorava preparar o café da tarde todos os dias.
Impossível não amar essa moça que virava amiga das pessoas rapidamente, graças ao seu doce coração.
Habilidoso com os números, fosse como economista ou professor de Matemática, ensinou que o que conta mesmo é o afeto.
Pai de olhar gentil e fala serena. Ensinou que o que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber.
"O negócio não é ser bonito, é ser gente boa. As pessoas gostam de você porque você é gente boa", dizia.
Margarida Rosa: uma mulher de nome e alma florida!
Sua casa é conhecida como a "casa que ajuda os outros", tamanha sua bondade.
Orgulhava-se de ter pescado um dourado de doze quilos. Fez questão que um fotógrafo registrasse a proeza.
Um tio que subia no abacateiro, bem lá no alto, para pegar os melhores frutos e oferecer às sobrinhas.
Não ficava um dia sem fazer várias ligações, gostava de saber como todos estavam.
Dizia que a vida é uma graça, um dom divino. Para sua família a verdadeira dádiva foi tê-la por completo em sua vida.
Se fosse uma paisagem, ele seria um dia ensolarado, sem vento, com temperatura amena; um dia perfeito.
A tia que adorava receber todos para uma verdadeira farofada.
Astuto e curioso, certa vez fez um experimento usando repolho roxo, só para aferir a alcalinidade de três marcas de água.
Tinha um jeito completamente doce e amoroso. Dotada de uma fé inabalável.