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Vitor Geraldo das Graças Santos

1949 - 2021

Nas reuniões de família que ele tanto gostava de fazer não podia faltar piadas, música alta, piscina e vinho.

Vitor foi um “bon vivant” que sempre prezou por viver confortavelmente, andar em bons carros e vestir-se bem. Tinha várias gravatas e amava quando tinha oportunidade de usá-las com um bom terno.

Extremamente boa praça, estar com ele era sinônimo de boas risadas; e como amava contar suas história tomando um bom vinho... ele sempre sabia dizer de onde era, de qual uva era feito e com qual comida combinava.

Ele sabia um pouco de tudo: carros, músicas, história, política e arte! Nunca envelheceu, sempre estava rodeado de jovens e se vestia como eles com suas camisetas e bermudas descoladas; algumas com estampas de rock.

Foi artista plástico por muitos anos. "Um dom incrível que até hoje não sabemos porque ele deixou de lado."conta a filha Thaise, que encontrou o portfólio do pai e agora o guarda como um tesouro. "Fiquei com algumas telas, cada uma mais linda que a outra, é um pedaço dele pra mim.”

Ela fala de sua relação com o pai e do quanto o admirava: “Por um bom tempo gostava de pescar. Tive a oportunidade de fazer uma viagem e ficar com ele curtindo e pescando... Foi incrível! Ele é sinônimo de sorriso e serenidade... Sempre que estava passando por momentos difíceis era ele quem procurava, fazia os maiores problemas parecerem tão pequenos!”

“Lindo, desde novo até o fim... Era meu "gatoso", como ele mesmo dizia. Moreno, alto, olhos azuis! As enfermeiras do hospital em que ficou internado o chamavam de bonitão e, de noite, ele pedia para ouvir Pink Floyd e elas colocavam para ele no celular!”

“Sem ele os churrascos nunca mais serão os mesmos. Os sorrisos sem os dele junto também não. Deixa quatro filhos, mais dois de coração, os filhos da minha madrasta, oito netos. Deixa a saudade das piadas no WhatsApp, dos churrascos que até hoje não tivemos coragem de fazer, mas deixa o exemplo que a vida também deve ser vivida, que devemos reunir a família e quem amamos, festejar a vida e a saúde, sorrir mais, encarar os problemas com mais leveza e confiança! Que saudade do meu "gatoso"!

Vitor nasceu em Anápolis (GO) e faleceu em Anápolis (GO), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Vitor, Thaise Goulart Santos da Cunha. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 31 de janeiro de 2023.