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Vladmir Ribeiro

1949 - 2020

Professor de Educação Física e desportista, dedicou a vida ao trabalho e à família, deixando lembranças de amorosidade e alegria de viver.

Vlad, como era chamado, nasceu em Anápolis, interior goiano, e mudou-se para São Paulo ainda adolescente em busca de trabalho e de novas oportunidades. Lá viveu por muitos anos, mas, apesar de adaptado ao agito da Região Metropolitana de São Paulo, sentia muita falta da família, dos amigos e da culinária — como bom goiano, gostava muito de pão de queijo, pamonha e café.

Foi casado com Maria Edite durante aproximadamente cinquenta anos. Excelente marido, viviam uma relação de amizade e companheirismo. Estavam sempre juntos em tudo, principalmente na educação dos filhos, Nádia e Patrick, as razões de suas vidas.

Completamente encantado pelo neto Arthur, constantemente o levava para fazer passeios em São Paulo, que sempre terminavam com um delicioso lanche. Nos momentos em família, gostava de preparar sucos e entreter a todos contando histórias, suas ou alheias, que relembravam o passado, e seu repertório sempre contava com uma nova aventura para ser contada.

Ele era muito querido pelos irmãos, pela família e pelos amigos. Um ser humano incrível, com uma gargalhada contagiante. Vivia muito feliz e de bem com a vida, ia tomar café nas padarias de São Paulo sempre que podia.

Em seus momentos livres, gostava de estudar, contar histórias e ouvir música. “Não sei ao certo qual era a sua música favorita, mas "Aquarius", do musical "Hair", sempre me faz rememorá-lo”, conta a irmã Clotilde.

Vlad era formado em Educação Física e um profissional muito dedicado. Sua atuação ia além da relação professor e aluno, pois praticava alguns esportes, tendo, inclusive, participado algumas vezes da tradicional Corrida de São Silvestre, em São Paulo, e nunca abria mão de uma boa caminhada.

Clotilde demonstra muito carinho ao falar do irmão: “Entre as minhas recordações mais marcantes está algo que aconteceu na minha infância. Naquela época, a comunicação ocorria por cartas escritas à mão. Então, por morarmos em estados diferentes, Vladmir sempre escrevia para a minha mãe. Em uma dessas cartas ele perguntou por mim e me mandou 'uma mordida na orelha' — uma das formas que ele usava para demonstrar carinho e saudade".

“Como ensinamentos, me deixou o amor pelos pequenos prazeres que a vida nos proporciona e que sorrisos sempre melhoram nossa vida! Suas lembranças ficarão marcadas para sempre nos nossos corações.”

“Além da dor imensurável que foi perdê-lo, gostaria de relatar que ele está entre as 80 primeiras pessoas que morreram de Covid-19 no Brasil”, destaca ela para finalizar.

Vladmir nasceu em Anápolis (GO) e faleceu em Santo André (SP), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Vladmir, Clotilde Regina Ribeiro. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 2 de junho de 2023.