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Wagner José da Silva

1986 - 2021

Realizou seu sonho de menino: ter um Fusca! Nele compartilhou momentos especiais com o filho e a esposa.

Criado apenas com a mãe, Wagner começou a trabalhar desde cedo para poder conquistar aquilo que gostava. Morava em uma comunidade de Santo André quando pequeno e não tinha uma vida financeira fácil, no entanto, nunca deixou de ter sonhos grandes e forças para realizá-los.

Aproximadamente aos 20 anos, conheceu Daiana, a mulher com quem dividiria os próximos 15 anos de sua vida e teria um filho muito amado, o Nicollas. “Ele frequentava a locadora de filmes onde eu trabalhava e constantemente falava para o amigo dele que um dia ainda ia me conhecer...”, conta Daiana.

Foi ao lado da esposa que realizou um dos seus maiores sonhos de infância: comprar um Fusca. “Quando nos casamos, combinamos de realizar esse sonho juntos! Reunimos nossas economias e conseguimos encontrar o tal Fusca que tanto queríamos na cor: laranja-abóbora. Ele foi de trem até São Miguel Paulista buscá-lo. Deu a entrada com tudo que tínhamos economizado e parcelou o restante no cartão de crédito, como se fosse um brinquedo. Tinha prazer em desfilar com esse carro pelas ruas todos os dias com o nosso filho Nicollas no chiqueirinho”, relembra.

Era um amigo fiel, sempre muito feliz e contagiava a todos. Começou a trabalhar aos 12 anos, entregando panfletos; trabalhou também em uma farmácia e um dos seus últimos desejos, antes de falecer, era se preparar para atuar no ramo da aviação. “Amava o Céu. Passávamos horas olhando as Estrelas, os Planetas, os Satélites e era apaixonado por aviões”.

Pai dedicado, Wagner passou os últimos 4 meses de sua vida ao lado do filho, pois estava a procura de um emprego e tinha mais tempo para viverem momentos juntos. Assim como era extremamente dedicado aos cuidados com a mãe, se preocupava por ela estar sozinha e fazia questão de habitualmente dar uma passadinha na casa dela para conversar todos os dias.

Na casa dos pais de Daiana não era diferente. O laço que criou, pela sua generosidade, simplicidade e gentileza, fez com que seus sogros o tratassem com muito amor e prioridade. “Tanto que a minha mãe fazia todas as comidas que ele tinha vontade”, rememora.

Era difícil encontrar alguém que não gostasse do Wagner, por isso, sua ausência se faz tão presente na vida de todos que o amam.

Wagner nasceu em Santo André (SP) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 35 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Wagner, Daiana Cristina Evangelista Silva. Este tributo foi apurado por -, editado por Aline Mariane Fernandes, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 28 de março de 2022.