1962 - 2020
Viveu para ser lembrado por suas paixões e pelas noites de alegria.
"Deixe-me contar toda a minha história. Aconteceu pouco tempo atrás." Esses são os primeiros versos da canção que Washington mais gostava e a que cantava a plenos pulmões nas noites de música e festa em sua casa em Jequié, na Zona da Mata baiana.
É assim, cantando "She Made Me Cry", do grupo Pholhas, em um inglês ininteligível que provocava gargalhadas em todos, que o sobrinho Josemar se lembra do tio querido. "Ele tinha o dom de saber receber as pessoas em sua casa. Fazia-nos sentir completamente à vontade", recorda.
Washington era caminhoneiro e amava a profissão. Fazia viagens semanais para o Rio de Janeiro ou para o Recife transportando botijões de gás de uma empresa. Passava dias e noites na estrada, mas voltava para casa nos finais de semana e se entregava às suas grandes paixões. Primeiro, a família que construiu com Ana Vitória: dois filhos, Júnior e Ailana, e mais Ian, Isabela, Valentim, Gustavo e Maria Victória, seus netos. Depois ao Flamengo, seu time do coração. Sua diversão era assistir aos jogos do domingo acompanhado de uma cervejinha gelada.
Homem simples, com um grande coração, Washington era feliz cercado dos seus. "É assim que gostaria de ser lembrado", diz o sobrinho Josemar. Rodeado pelos irmãos, sobrinhos, filhos e netos, pela família que ele tanto amou e cuidou, pelas noites de alegria cheias de lembranças que fazem chorar, como diz a letra da antiga canção.
Washington nasceu em Jequié (BA) e faleceu em Jequié (BA), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo sobrinho de Washington, Josemar dos Santos. Este tributo foi apurado por Cristina Piasentini, editado por Cristina Piasentini, revisado por Lígia Franzin e moderado por Cristina Piasentini em 27 de dezembro de 2020.