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Weberti Luna Barbosa

1986 - 2021

Especialista em tecnologia, conquistava a atenção com suas costumeiras dicas sobre computadores.

Weberti era um homem apaixonado pelos mais diversos aspectos da vida. Dentre tantas paixões, talvez a que mais lhe brilhava os olhos fosse seus estudos em tecnologia. Desde adolescente, quando conseguiu uma bolsa de estudos em um curso técnico de informática, traçou seu destino em torno dos venerados computadores e não parou até que construísse uma carreira extraordinária no assunto: se tornou técnico administrativo concursado do setor de compras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no campus de Macaé. Na sua extensa bagagem, carregava também outras inúmeras conquistas acadêmicas, incluindo a formação de tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, bacharelado em Sistemas de Informação, técnico em Eletromecânica e pós-graduação em Informática e Comunicação na Educação. Wender recorda o fascínio do irmão por tudo isso: “Ele estudava muito, sempre procurava fazer vários concursos. A área que ele mais gostava e sempre esteve envolvido era tecnologia, ajudava todo mundo quando o assunto era esse. Quando estava em casa, ficava praticamente o dia todo no computador. Também gostava de jogos para PC.”

Além do gosto por tecnologia, Weberti nutria grande interesse por variados tipos de esportes e atividades físicas. Na adolescência, mostrava toda sua habilidade e paixão pelo futebol como goleiro na modalidade salão e society, já deixando marcas do seu amor pelo Flamengo. Alguns anos mais tarde, como eventualmente havia parado de jogar, foi incentivado pelos amigos a partir para o ciclismo e a corrida, novos hobbys pelos quais Weberti logo se encantou e quis compartilhar com a irmã, fazendo questão de sempre correr junto dela.

Era esse o seu jeitinho de demonstrar carinho por aqueles que amava. Apreciava passar bons momentos ao lado da família, como se juntar com seus irmãos nos fins de semana para percorrerem trilhas ecológicas pelas praias da região. “Era sempre tranquilo, ajudava quando nós precisávamos, mesmo sendo o caçula”, conta o irmão Wender, relembrando de como Weberti demonstrava constantemente o apreço que sentia através de atitudes de bondade, como o costumeiro churrasco que sempre ficava responsável por organizar. Essa benevolência fazia parte de seu espírito, nas palavras do irmão: “Lembro de quando éramos pequenos, eu cuidava dele, pois ele era sete anos mais novo. Tomava conta em casa, levava ele pro colégio, buscava. Quando ele cresceu, ficou mais independente de mim, mas sempre estávamos juntos. Eu que comecei a precisar de ajuda, pois como também gosto de computador, ele que me socorria.”

Amoroso como era, guardava um espacinho especial no coração para os pais. Wender conta, “abria mão dele mesmo pra ajudar nossos pais; ele não pensava duas vezes”. Fosse com uma carona, o pagamento de uma conta ou um cuidado de saúde, Weberti estava sempre presente e disposto a ajudá-los da forma que podia.

Tanta gentileza e amabilidade também foram traços seus que contribuíram para que escrevesse uma linda história com a esposa. “Era a melhor relação entre um casal, nunca vi eles brigados. Foi um casamento exemplar desde o início”, lembra o irmão. Juntos, cuidavam com todo o amor do mundo de seus gatinhos, criados praticamente como filhos. Sua tamanha doçura conquistava inclusive os bichinhos.

Weberti, suas paixões únicas e histórias de ternura, serão sempre lembrados.

Weberti nasceu em Cabo Frio (RJ) e faleceu em Cabo Frio (RJ), aos 35 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo irmão de Weberti, Wender Luna Barbosa. Este tributo foi apurado por Brenda de Oliveira Teixeira, editado por Brenda de Oliveira Teixeira, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 22 de abril de 2022.