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William Lopes Daiha

1960 - 2020

Era impossível estar ao lado dele e não se contagiar com a sua alegria.

Carioca, o filho mais velho da professora Gilda e do representante comercial Miguel era conhecido como Bill. O irmão mais novo, Léo, junto com o primogênito formava uma dupla dinâmica.

Bill passou grande parte da vida no bairro da Tijuca. Foi um ótimo nadador. Na juventude, fez do Tijuca Tênis Club, onde nadava e competia, seu quintal de casa. Nos finais de semana, o programa obrigatório era “pegar uma praia na Barra”.

Estudou Comunicação, mas realizou-se profissionalmente como Diretor de Recursos Humanos em grandes empresas, cargo por meio do qual teve a oportunidade de conhecer vários países.

Casou e teve um casal de filhos. Alguns anos depois veio a separação, mas continuou amigo da ex-mulher e da ex-sogra. Estavam sempre juntos no Leblon, onde a ex-mulher mora com os filhos.

Bill dizia que, apesar de ser tijucano, seu DNA era do Leblon. Identificava-se com o jeito descontraído e irreverente do bairro.

Era bonito, charmoso, generoso e expansivo. Adorava o mar, viajar, estar com a família e os amigos, beber uma cervejinha, jogar conversa fora, falar bobagens e rir, rir muito. Fazia piada de tudo, até dos próprios problemas.

"Em 2016, Bill teve um AVC que o deixou com algumas sequelas e limitações. Em maio de 2020, no seu aniversário e, em plena pandemia, a família e nós, os inúmeros amigos que conquistou durante a vida, lhe fizemos uma surpresa: um vídeo com fotos e depoimentos. Ele se emocionou muito. Sem sabermos, foi a nossa despedida, a última homenagem", conta a amiga Elisa.

No dia 21 de setembro, aos 60 anos, depois de lutar bravamente, por mais de 30 dias, numa UTI de hospital, ele se foi. Deixará muitas saudades, muitos e muitos amigos.

"Estivemos em oração, correntes de amor e escrevemos muitas mensagens de incentivo, que eram levadas até ele pelo médico. Vamos sentir muita falta de toda sua alegria, de suas risadas, de suas piadas e até mesmo de suas tristezas. Vá em paz, querido amigo! Que seu caminho seja de muita luz...", conclui a amiga.



A homenagem abaixo foi escrita pela amiga Marcia Chavan Guasque:

O William, de apelido Bill, era um amigo e tanto! Amigo daqueles que arrumava um emprego pra você, um só não, dois empregos!

William era engraçado, nos fazia rir de qualquer coisa, era amigo de muita gente e bastante cativante.

William foi Diretor de multinacional, mas nunca foi esnobe, era um cara generoso e de bem com a vida.

William era o cara!

Foi nadador e certa vez, em Curitiba, ganhou medalha no revezamento, nadou lindo, na piscina fria de lá.

William dava o casaco para um pobre na rua e ficava sem.

William era meu grande amigo e de infância.

William lutou por um mês e cinco dias contra a Covid-19, mas a doença deixou sequelas desastrosas nos rins e no pulmão dele. Jamais pensei que ia perdê-lo.

William foi mais um que entrou para essa estatística da pandemia.

Descanse em paz meu querido amigo, meu irmão.

Um dia nos encontraremos novamente.

Saudades eternas!

William nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelas amigas de William, Marcia Chavan Guasque e Elisa Henriques Fanzeres da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 29 de dezembro de 2020.