1960 - 2021
Um homem de coração doce, puro e sonhador que salvou muitas vidas atuando como bombeiro.
“Ele foi minha história de vida, meu primeiro beijo e meu namorado. Meu marido e companheiro, meu amor. Quando o conheci, aos 14 anos, ele tinha 17. Aprendemos tudo juntos nos trinta e dois anos de casados e quarenta e três de convivência. Cozinhava pra mim, cuidava do meu jardim e me dava flores em datas especiais. Não tivemos filhos, éramos felizes e tínhamos planos de morar numa cidade pacata do interior”, conta Katia ao começar sua homenagem ao esposo.
Felicidade para ele era agradar a todos que conhecia com presentes e mimos. Se soubesse que a esposa ou outra pessoa gostava de algo, comprava assim que podia, para agradar. Era sua maneira de ser feliz, agradando aos outros.
Muito musical, vivia assobiando, cantando músicas do Belchior ou inventando as suas próprias, sempre muito engraçadas.
Amoroso, gostava de cachorros e cuidava com preocupação dos passarinhos que caíam dos ninhos. Para a esposa, seu único defeito foi ter fumado a vida toda sem intenção de deixar esse vício.
Gostava de dormir à tarde, especialmente em dias chuvosos. Só não gostava das tardes de domingo, porque as achava melancólicas. Não gostava também de tirar fotos, porque era tímido.
Adorava andar perfumado e assistir a filmes de fantasia. Paciente, comia e andava bem devagar e adorava uma pimentinha. Muito discreto, nunca falava mal de ninguém; assim, não teve inimigos.
Trabalhou por trinta e um anos como Bombeiro Militar salvando vidas. Era querido entre os amigos do quartel, que cantaram o hino dos bombeiros em seu velório, numa homenagem bonita e emocionante.
Kátia conclui sua homenagem, dizendo: “Ele era pessoa de um coração imenso. Era honesto, sensível, solidário. Cuidou dos pais dele e dos meus. Não era genro, era um filho. Foi um bom filho, irmão, cunhado, tio, amigo e amor. Todos que o conheceram falam dele com muito carinho e só têm boas lembranças. Partiu em sua última viagem deixando um vazio enorme e para sempre no meu coração e no de todos que o conheceram e que o amavam”.
Wilson nasceu em Vitória (ES) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 61 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela esposa de Wilson, Katia de Jesus da Silva. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Ana Macarini e moderado por Larissa Reis em 8 de maio de 2023.