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Wilson Marinho Luis

1964 - 2020

O que quer que decidisse fazer, o fazia com excelência. Sempre dando o seu melhor.

Filho do metalúrgico Manoel e da costureira Severina, ambos nordestinos. Cresceu com seus dois irmãos e uma caçula, com simplicidade e honestidade.

Embora tenha nascido no Rio de Janeiro, pelo seu jeito sério e firme, que escondia sua personalidade afetuosa, em família era chamado de “arretado”.

Começou ainda jovem a ajudar sua família, trabalhando e conciliando com o estudo tecnológico em eletrônica. Foi um profissional dedicado, sempre desenvolvendo e aprimorando habilidades para facilitar as tarefas mais difíceis.

Bastante bem-humorado no dia a dia, era o mestre dos apelidos, inventava até palavras novas para apelidar pessoas queridas; porém, era respeitoso, então os apelidos pegavam e quem recebia gostava. Até em seu trabalho, conquistou a confiança e o reconhecimento no ambiente militar, ao longo dos seus trinta e três anos de carreira.

Por algumas vezes, sentiu-se bastante recompensado pelo aproveitamento de alguns jovens, de sua igreja evangélica, nos cursos de informática que ele ministrava. Essa missão, que abraçou e que era motivo de muito orgulho para toda a família, especialmente para a, declaradamente apaixonada, Bruna, a filha do Wilson. “Sou apaixonada pelo meu pai. Sou, pois ele não deixou, nem nunca deixará de ser meu pai”.

Bruna é fruto de um casamento, de 29 anos, com Maria Madalena. “Seu coração só faltou pular de tanta emoção, no dia em que a levou ao altar e também na sua formatura, em Biologia”, conta Stenio, seu irmão.

Seu genro já era considerado como filho, mesmo antes do casamento. "A família aumentou", ele dizia.

Religioso, construiu o seu legado de amizades que foram impactadas com sua repentina partida. Segundo a filha, “é possível que nem ele soubesse o quanto foi querido por seus amigos, companheiros de trabalho e vizinhos, além dos jovens que ajudou.”

Um homem especial que soube amar e, assim se fez muito amado.

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Trabalhamos juntos no Instituto de Pesquisas da Marinha por trinta e três anos.

Era um amigo e colega de trabalho excepcional.

Wilson nasceu no Rio de Janeiro e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo irmão, pela filha e pelo amigo de Wilson, Stenio Manuel de Lima e Bruna da Costa Luis Santos e Heraldo Bragança. Este tributo foi apurado por Hélida Matta, editado por Hélida Matta , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de agosto de 2020.