1965 - 2021
Estava sempre disposto a ajudar, consertando algo para deixar "melhor do que tinha encontrado”.
Tinha cara de bravo, mas era só alguém pedir para consertar um aparelho qualquer, "mexer numa fiação", ajudar a montar um armário, que lá estava ele. Tudo que fazia era com excelência. A esposa Cristiane conta que ele foi um marido e tanto. "O melhor do mundo, me mimou e ensinou muito".
Tiveram três filhos: Dennis, Daniel e João Lucas. Foi parceiro deles pra tudo, de consertos a tatuagem juntos. O trio e a mãe, Dona Júlia, eram suas grandes paixões. Não gostava de desentendimentos na família, fazia de tudo para reunir todo mundo.
Amava doces, era um formigão, roubava leite em pó na madrugada pra comer escondido e jurava que as balas de goma sumiam do potinho. Tinha um jipe que era um xodó; até no hospital, depois de passar por dias de intubação, ao acordar, perguntou do carro. Foi cartorário por mais de trinta anos, estava aposentado há dois.
Deixou lembranças inesquecíveis no coração daqueles que conheceu, onde viverá para sempre.
Wilson nasceu em Lupionópolis (PR) e faleceu em São Paulo (SP), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Wilson, Cristiane Ramos da Cruz. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Talita Camargos, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 22 de março de 2023.