Sobre o Inumeráveis

Zélia Soares da Costa

1930 - 2020

Avó que deixou o melhor exemplo, adorava cantar "Igual à andorinha, eu parti sonhando."

Dona Zélia trabalhou como doméstica em casa de família. Fisicamente era uma mulher forte... e de personalidade também! Mas, num equilíbrio perfeito, sua vivência a fez sábia, amável e carinhosa.

Tinha uma preocupação verdadeira com todos ao redor e principalmente com sua família, que amava muito. E que família grande: quatro filhos, quinze netos e vinte bisnetos. Ensinou a todos, através de exemplos, de forma companheira e amorosa, a se tornarem seres humanos melhores.

Mulher guerreira e incansável, ela gostava de fazer as atividades domésticas do seu lar. Era ela que fazia suas próprias refeições. Nunca podia faltar em casa café bem forte e o queijo que ela adorava. E principalmente laranja e banana, que tinha que comer todo santo dia! Ah...e os domingos...lembrança boa: dia sagrado de macarronada da vovó com frango ou bife!

"Minha avó era uma grande serva de Deus. Carregava sempre a Bíblia dela e costumava pregar e ensinar as palavras de Deus a quem estivesse por perto. Mas também muito alegre e carismática, gostava de uma música sertaneja de raiz e adorava a canção 'As andorinhas voltaram', do Trio Parada Dura", conta sua neta Cristiane.

Cristiane diz ainda que se lembrará pra sempre de seu sorriso quando a casa estava cheia, de sua esperança de um mundo melhor, da mulher valiosíssima e humilde, que fazia de tudo pra agradar, sem querer incomodar ninguém. Dos bolos dela com casca de laranja no fim da tarde, de suas belas palavras e do abraço gostoso de sua rainha.

Zélia nasceu em Itajubá (MG) e faleceu em São Paulo (SP), aos 89 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Zélia. Este tributo foi apurado por voluntário, editado por Denise Pereira, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Denise Pereira em 25 de maio de 2020.