1964 - 2020
Quem entrava em sua casa, não saía sem tomar um cafezinho ou um “pequeno”, como ela gostava de chamar.
Zelilde era uma pessoa simples. Os últimos dezenove anos de sua vida foram dedicados a cuidar dos pais. Foi por isso que Zelilde abriu mão do seu trabalho como manicure para dedicar-se integralmente, cumprindo sua missão com louvor até a partida deles. Morando na casa dos patriarcas, era sempre Zelilde quem recebia a Família Dedé de coração aberto, com seu jeito suave e meigo.
Era a tia querida, a prima que todo mundo queria ter, a caçula entre nove irmãs, sem contar os seis irmãos homens. “Era a nossa caçula entre as mulheres, um diamante para todos nós”, conta o irmão Alzirio.
A relação com a família era a melhor possível, a começar pelo convívio com o marido, Dijalma, seu grande cúmplice na vida. Seu maior prazer, era brincar com os netos e netas, mimando-os tanto quanto podia; nesses momentos seu rosto era iluminado por um lindo sorriso.
Zelilde era tão especial que ganhou até um Oscar, entregue por Alzirio. “Fiz uma festa com o tema Oscar e quis homenagear a todos os meus irmãos. Zelilde ganhou o Oscar de ‘melhor dedicação’, conquistado voto a voto”.
Além do Oscar, Zelilde recebe a eterna gratidão de seus familiares por ter cumprido a missão de cuidar de todos a sua volta e hoje segue, de alma leve, com o nobre sentimento do dever cumprido e do amor compartilhado.
Zelilde nasceu em Nossa Senhora do Socorro (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo irmão de Zelilde, Alzirio Santos luduvice. Este tributo foi apurado por Ticiana Werneck, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 21 de novembro de 2021.