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Zilda Camilo da Silva Santos

1946 - 2021

Fazia dupla com a neta nos almoços festivos, cozinhando e cantando as músicas sertanejas que mais amava.

Zilda era o alicerce de uma família pequena, mas muito unida por sua sabedoria, conselhos e até pelas festas e comemorações que ela tanto amava e não dispensava em nenhuma data importante.

Tinha tanto amor pela vida que sua energia parecia brilhar em seus olhos. Nela o amor sempre falava mais forte que a razão e demonstrava isso em sua compaixão pelo próximo e na capacidade de fazer amizade onde quer que chegasse.

E, falando de amor, ela tinha um enorme por todos os familiares e principalmente por seus netos e netas. Sinara, uma delas, fala desse amor com muito carinho: “Foi ela quem me criou e éramos inseparáveis, passeávamos tanto... Minha avó era o amor da minha vida. Nós duas sempre fazíamos as comidas das festas — ela ia picando tudo e eu fazendo. Era fã do Zezé de Camargo, eu colocava as músicas dele e ela sabia cantar todas”.

Vaidosa, não saía de casa sem um batom e um perfume. Amava comprar uma roupa nova, e ir a lojas era sua felicidade.

Suas tardes de domingo eram esperadas pelo jogo de dominó com as amigas e os programas do Sílvio Santos. Esperançosa, comprou tantos títulos de capitalização veiculados pelo programa que a família perdeu a conta de quantos foram.

Finalizando, Sinara conta: “Eu brincava tanto com ela... Tratava ela como meu nenê até o seu último adeus. Suas últimas palavras para as enfermeiras, foram para dizer que eu era tudo em sua vida e que Nossa Senhora Aparecida estaria com ela"!

Zilda nasceu em Morro Agudo (SP) e faleceu em Ribeirão Preto (SP), aos 74 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Zilda, Sinara Santos. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 6 de março de 2023.