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Antônio Pantoja Castelo

1983 - 2020

Levava irmãos e filhos para um passeio na praia, onde reforçava a união familiar numa boia gigante.

Antônio nasceu com deficiência visual, mas isso nunca fez com que ele se sentisse vítima ou preso a essa condição e, apesar das dificuldades naturais causadas por essa condição, era um jovem sonhador, alegre e amigo.

Era uma pessoa muito família, amava a mãe, os irmãos, os três filhos e a esposa. Como um filho bom e presente, fazia questão de visitar a mãe todos os dias.

Não perdia uma oportunidade de reunir a família, não importando o lugar e, por gostar muito de uma praia, muitas vezes chegava a organizar uma lotação para levar todo mundo com ele. Dessa forma, unia dois desejos: estar à beira-mar e, ao mesmo tempo, estar com a família.

Antônio era muito alegre e sua alegria se alimentava de suas brincadeiras, passeios, sorrisos e ruidosas batucadas que fazia, como se estivesse tocando uma bateria.

Era mestre em unir o útil ao agradável e, muito trabalhador, dividia-se em várias atividades: trabalhava na feira, oferecia seus produtos nos ônibus ou puxava um carrinho de frutas, estava sempre ativo. Apaixonado por música, adquiriu uma aparelhagem de som que lhe permitia animar festas de aniversários, Dia das Mães e outras datas festivas, alternando-se no serviço de som, na locução pelo microfone e colocando músicas de todos os estilos para agradar os participantes.

Sua marcante presença tornou-se insubstituível entre as pessoas queridas após sua partida.

Antônio nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 37 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Antônio, Cristina Pantoja Castelo. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Vera Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 17 de janeiro de 2021.