David Caturelli

1960 - 2021

Ele tinha a sabedoria do tempo que não se mede pelas horas.

Carta aberta de Jessica para o seu avô David:

Você chegou na família como um presente em 2016, ao se casar com a vovó e, a partir de então, tem estado em nossas vidas. Desde que o conheci, senti esse carinho e esse apreço por estar sempre perto de todos, e nos anos em que esteve conosco, você foi como um pai para mim.

Almoçávamos juntos pelo menos uma vez por semana... Me buscava no trabalho para irmos comer parmegiana; me acompanhava ao médico, inclusive na época em que descobri alguns cistos no seio, aos 18 anos, e precisei fazer uma cirurgia para retirá-los. Permaneceu ao meu lado em todas as consultas antes e depois da cirurgia, assim que tive alta médica, esperava por mim junto com a mamãe na porta do hospital.

Levava e buscava na faculdade, quando eu perdia o ônibus. Pagou meus materiais e instrumentos de uso nas aulas práticas do Curso de Arquitetura. Sempre me incentivou para que eu conseguisse passar no vestibular. Quando fiz o Enem e fui aprovada com 100% da bolsa, você vibrou comigo, assim reafirmando o seu amor e a sua fé em mim. Quase que diariamente, através de pequenos gestos, me ajudou a passar por diversas fases de dúvidas e sonhos, acreditando em mim.

Eu confesso: não sou uma pessoa fácil, (não mesmo!). Tenho meus momentos difíceis e crises, porém mesmo assim você ficou.

Achava que você era muito especial só pra mim, todavia descobri que era para todos. Espalhou amor e cuidado em uma família que era tão carente de figura paterna; fez minha avó uma mulher muito feliz e grata; foi um anjo em nossas vidas.

Sinto saudades de todos os momentos: viagens, conselhos, risadas, passeios, músicas e abraços.

Obrigada vovô David, te vejo aí em cima um dia.