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Elza Maria Alves Gomes

1953 - 2020

Tinha a sensibilidade de prever o futuro, mas mirava mesmo era no tempo presente, com os olhos do coração.

Elza nunca teve uma vida fácil, segundo a irmã Kátia. Mesmo assim, era otimista e fazia planos para o futuro. “Queria conhecer o Brasil, aproveitar a vida”, diz a irmã.

Não tinha chapéu, vassoura ou caldeirão, mas era considerada uma “bruxinha”. No lugar da varinha, Elza tinha um pêndulo que lhe respondia às perguntas que fazia: “ao pêndulo ela fazia perguntas e esse respondia, principalmente quando tinha bebê a vista pra saber o sexo, geralmente acertava”, conta a irmã.

O estereótipo da bruxa, como criatura do mal e rancorosa, não cabe a Elza. Ela possuía um bom coração e acreditava nas pessoas. “Às vezes, era até ingênua”, acrescenta a irmã.

Elza completava o “quinteto”, como Kátia gosta de se referir aos irmãos. “Agora, fisicamente somos quatro, mas nunca deixaremos de ser os cinco irmãos.”

Elza voou, mas deixou a lembrança da sua magia e do seu encanto.

“Voa bruxinha, voa! Encontre sua paz e tranquilidade”, finaliza Kátia, com amor e saudade, a homenagem à irmã.

Elza nasceu em Sorocaba (SP) e faleceu em Sorocaba (SP), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Elza, Katia Gomes. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Denise Stefanoni, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de agosto de 2020.