Francisco Vasconcelos Costa

1950 - 2021

Em seu taxi os passageiros eram tão bem tratados que acabavam virando amigos.

Francisco, um cearense, filho de dona Maria das Medalhas - mulher forte que ganhava seu sustento por meio das costuras -, mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança.

Começou a trabalhar muito cedo no Exército e nele permaneceu por algum tempo até que, aos 22 anos conheceu uma linda jovem por quem se apaixonou; aliás, foi um típico caso de amor à primeira vista. Casaram-se e formaram uma família com dois filhos, Cristian e Vanessa.

Viveram juntos e felizes por quarenta e nove anos, e vivenciaram a alegria de ver o lar crescer com a chegada de quatro netos e um bisneto, que ele chegou a conhecer e a embalar em seus braços.

Taxista à moda antiga, era gentil, solícito e educado. Conquistou clientes fiéis que se tornaram seus amigos e, segundo o relato de sua filha Vanessa, Francisco amava o que fazia: “Nunca o vi chegar em casa cansado e, mesmo com uma carga horária tão exaustiva, trabalhava de segunda a segunda até tarde da noite!”

Seu ponto de trabalho era dentro de um supermercado renomado na Barra da Tijuca, onde era muito respeitado. Graças à sua habilidade e competência, chegou a criar uma cooperativa de taxistas. Era muito querido pelos colegas e conhecido como "Pedaço", enquanto em família ele era o “Tito” e, para os netos, "Chico", o avô mais amado do mundo.

Fazia almoços inesquecíveis, caipirinhas únicas no sabor e fortes de um jeito que só ele sabia elaborar.

Francisco pode ser definido como um "Pequeno Grande Homem": pequeno na estatura que lhe garantiu o apelido de “Pedaço”, mas enorme no coração de gigante que abrigava no peito, nos valores que praticava na vida e na integridade moral que demonstrava em suas atitudes.

Sua falta deixa uma saudade que atravessa os sentimentos de todos os familiares, a começar por sua mãe, dona Maria das Medalhas que já conta com 92 anos, e alcança também esposa, filhos e netos.